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PREVIDÊNCIA
Ministro afirma que haverá regra de transição para novo modelo
Reforma não sai até junho, diz Berzoini
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, afirmou ontem
que não será possível aprovar a
reforma previdenciária ainda
neste semestre. Ele adiantou que a
reforma terá uma regra de transição do atual para o novo modelo,
que se baseará na "Carta de Brasília" - documento de consenso
entre governadores e o governo
federal sobre as reformas tributária e da Previdência.
O governo federal se comprometeu, na reunião com os governadores, a enviar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso e votá-la ainda neste semestre. A tributária também seria encaminhada até junho, mas votada no segundo semestre.
"No primeiro semestre é um prazo extremamente curto. Se
houver esse grau de acordo, podemos aprová-la até o final do ano",
declarou o ministro. Ele disse que
a intenção é remeter a proposta ao
Congresso no final de abril ou início de maio.
Depois de participar do seminário "Previdência: desafio para os
jornalistas", organizado pela ANJ
(Associação Nacional de Jornais),
Berzoini afirmou, sem detalhar,
que toda reforma precisa de uma
regra de transição.
"A reforma muda o status jurídico e tem que ter uma transição,
que dependerá do modelo a ser
adotado", declarou. Ele disse que
esse modelo tem como principal
referência até o momento a "Carta de Brasília".
O documento prevê a elevação
da idade mínima em sete anos e o
aumento dos prazos de carência
no serviço público (elevando de
10 para 20 anos o tempo mínimo
de serviço público e de 5 para 10
anos o período mínimo de exercício do cargo).
PL-9
A carta trata ainda de mudanças
nas pensões (cujo valor seria reduzido em 30%), a aprovação do
PL-9 (projeto de lei número 9, enviado pelo governo anterior para
criar um regime único de aposentadoria para futuros servidores), a
fixação de um teto e subteto salarial para o funcionalismo e a taxação de inativos.
O texto é genérico e não detalha
a forma de taxação dos inativos. A
proposta em estudo é mudar a
forma de concessão das futuras
aposentadorias. Em vez do salário
bruto, o aposentado teria direito
ao salário líquido da ativa, ou seja,
já descontada a contribuição de
11% para a Previdência.
O governo analisa ainda a viabilidade jurídica de taxar os atuais
aposentados, mas considera cada
vez menores as chances de levar
essa proposta adiante.
Berzoini enfatizou que, apesar
das pressões dos servidores, o governo não pretende arquivar o
PL-9, que está no Congresso desde 1999. "Não cogito isso", disse.
No seminário, o ex-ministro da
Previdência Waldeck Ornélas criticou o governo pela demora de
fechar a proposta de reforma. "O
governo está perdendo o timing
político ao querer uma decisão
previamente negociada. A perda
de tempo pode ser fatal."
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