São Paulo, domingo, 28 de março de 2004

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OUTRO LADO

Ação não beneficia instituto, diz ex-tesoureiro

DA REPORTAGEM LOCAL

César Augusto Massaro disse na sexta-feira à noite à Folha que não é "intermediário" da Fundep (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa, da UFMG), mas trabalha como consultor da entidade "há algum tempo". Ele, porém, não é empregado da instituição.
De acordo com Massaro, uma de suas atribuições é dialogar com as contratadas da Fundep. Massaro negou que sua atuação em Guarulhos pudesse beneficiar de alguma maneira o Instituto Florestan Fernandes, do qual é associado e foi tesoureiro até o mês passado. "Não tem nada a ver."
O engenheiro negou que tenha sugerido à secretária-adjunta da Administração, Maria Isabel Fonseca, "inventar" algum serviço. "É uma conversa informal, na qual eu estava preparando a minuta para ser encaminhada para a ação deles; não tem essa conotação", afirmou o engenheiro.
Massaro disse que se desligou da Frontservices em janeiro deste ano. Em outubro, quando a Fundep foi contratada pela prefeitura e repassou parte do trabalho para a empresa, ele ainda era sócio da companhia.
O secretário da Administração de Guarulhos, Valter Correia da Silva, disse que está processando o vereador Waldomiro Ramos (PTN) pela divulgação de uma fita irregular, segundo ele.
"As gravações não comprovam absolutamente nada", disse Silva, escolhido pela assessoria de imprensa da prefeitura para falar em nome do governo. Silva disse que a prefeitura "não mantém contratos com a Frontservices", mas com a Fundep.
De acordo com o secretário, os diálogos com Massaro se justificam porque ele seria o "interlocutor oficial da Fundep". Silva disse, ainda, que "o relacionamento do dia-a-dia é feito com o César [Massaro]".
O secretário da Administração da Prefeitura de Guarulhos afirmou não conhecer a relação entre Massaro e o Instituto Florestan Fernandes.
Ele afirmou também que, graças ao trabalho que é desenvolvido pela Fundep, em parceria com a Frontservices, a prefeitura vem economizando R$ 2 milhões por ano em conta telefônica.
Em nota encaminhada à Folha, o secretário afirma: "A decisão judicial demonstra que esse tipo de atitude desesperada, que se presta apenas à divulgação de inverdades, faz parte de um passado nebuloso que a cidade e o país fazem questão de esquecer."
Ele referia-se ao fato de Waldomiro Ramos (PTN), o vereador que faz as denúncias, ter sido acusado, em 1999, de forçar empresas fornecedoras da Câmara a contratar pessoas indicadas por ele.
Ramos chegou a ser preso, por uma semana, juntamente com outros dois vereadores. Uma comissão processante foi aberta na Câmara Municipal, na época, para tentar cassar seu mandato. Ele foi absolvido e não foi denunciado à Justiça.


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