DO ENVIADO A SAQUAREMA

Da noite para o dia, a família Vignoli viu seu prédio ser frequentado por repórteres e reconhecido na TV por vizinhos e amigos. O endereço na rua Alfredo Meneses, 200, no distrito de Bacaxá, em Saquarema (a 100 km do Rio), foi usado pelo Instituto Pirâmide -responsável pela movimentação de US$ 800 mil da construtora Camargo Corrêa, segundo a PF- como fachada para registro na prefeitura.
No local funcionam uma escola primária, um escritório de contabilidade e um de advocacia em um prédio anexo. Todos da mesma família. E nenhum dos Vignoli afirma conhecer Jadair Fernandes de Almeida, apontado pela PF como dono do instituto e doleiro no suposto esquema da construtora para envio de dinheiro para o exterior.
"Estava assistindo à TV, ouvindo sobre a operação, e do nada vejo o meu trabalho!", disse o advogado Claudius Barcellos.
Na escola primária, Leda Vignoli se mostrou surpresa com a vinculação de seu nome ao escândalo. "Nunca ouvi falar de Jadair", disse. O mesmo disse Antônio Cesar Alves, dono da Transit Assessoria Contábil, e cunhado de Leda. "Trabalho aqui desde 1977 e pago todos os impostos".
Saquarema atrai prestadoras de serviços em função da redução do ISS. A prefeitura cobra apenas 0,6% da receita.


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