DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ex-presidente e atual embaixador do Brasil em Roma, Itamar Franco, voltou a defender ontem mudanças na condução da economia. Segundo ele, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não "alterar determinados rumos de sua política", "o Brasil vai sofrer com as conseqüências".
Em dezembro passado, Itamar (1992-1994) afirmou que o governo Lula deveria "mudar o rumo" da política econômica.
Ontem, como antes, Itamar foi moderado. "Apoiei o Lula na certeza de que ele fará -e espero que faça- um bom governo." E completou: "É preciso que o presidente acerte e nós devemos ajudá-lo. Porque, se ele não acertar, se ele não alterar determinados rumos de sua política, o Brasil vai sofrer com as conseqüências".
Itamar apoiou os governadores na renegociação do pacto federativo. "Sem o pacto federativo, dificilmente os governadores vão conseguir resolver seus problemas."

"Arrogância"
Com críticas ao "isolamento" e à "arrogância" do governo petista, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) estreou ontem na tribuna do Senado, quase cem dias depois de deixar o Ministério da Educação.
"A esperança conseguiu entrar no Palácio do Planalto, mas foi aprisionada lá dentro. Por razões que não dependem do governo, mas também por razões decorrentes das opções do próprio governo: uma preferência pelo isolamento, uma certa arrogância no exercício do poder, uma submissão às amarras da burocracia e cerco do presidente por um restrito grupo de auxiliares." (THIAGO GUIMARÃES)