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Proteção a indígena é
exagerada, diz BNDES
DA SUCURSAL DO RIO
O diretor financeiro do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Roberto Timótheo da Costa, criticou
ontem as exigências ambientais
feitas nos contratos de empréstimos de instituições multilaterais,
como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o
Bird (Banco Mundial). Para ele, a
proteção aos índios é exagerada.
Segundo o executivo, os contratos de empréstimos "embutem"
aspectos que são, "no mínimo,
exóticos". Costa afirmou que,
apesar de não estar ali para pedir
"a extinção da fauna, da flora, de
minorias e de comunidades indígenas", considera o Brasil "um
exemplo para o mundo".
"Ninguém sabe, mas 12% do
território nacional, de 8,5 milhões
de quilômetros quadrados, pertencem hoje a uma minoria de
250 mil indígenas", disse, em um
seminário de bancos de desenvolvimento da América Latina sobre
regras do Acordo de Basiléia, que
limitam a exposição de bancos.
Costa afirmou que, como secretário-geral adjunto do extinto Ministério do Interior (governo José
Sarney, 1985-1990), conheceu
muitos índios. "Lembro, por
exemplo, do cacique Marcos Terena [da etnia terena]. Ele fala inglês e é capaz de pilotar aviões.
Mas é um indígena, e a única coisa
que não tem da cidadania é que
não vota. Mas também não paga
Imposto de Renda."
O executivo atacou ainda restrições ambientais, como a que protege o "jacaré de papo-amarelo".
Elas teriam provocado uma superpopulação do animal, em prejuízo de espécies importantes de
peixes, como o tambaqui.
Para Costa, as regras do Acordo
de Basiléia "dão um grande conforto à banca internacional". "Essas dificuldades [para o BNDES
emprestar] me cansam, me irritam e me levam à loucura."
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