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STJ dá início à digitalização de 450 mil processos para acelerar julgamentos
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O STJ (Superior Tribunal de
Justiça), segunda corte na hierarquia do Judiciário brasileiro, iniciou a eliminação total do
papel nos seus procedimentos.
A estimativa é a de que, até dezembro, o conteúdo de 450 mil
ações tenha sido digitalizado. O
número inclui o acervo de 250
mil processos que já estão sendo escaneados e 200 mil novas
ações que devem chegar ao STJ
até o final do ano.
As medidas poderão resultar
em uma economia de R$ 20 milhões por ano, que são gastos
com o transporte de volumes
das ações judiciais. Ainda não
foi concluída a estimativa final
de redução de custos.
Os tribunais de segunda instância -TJs (Tribunais de Justiça), estaduais, e TRFs (Tribunais Regionais Federais)- foram convocados a enviar o conteúdo de recursos judiciais por
via eletrônica ao STJ.
A adoção do procedimento,
porém, poderá provocar problemas de armazenamento
nessas cortes, cujas salas e depósitos estão abarrotados.
Na estrutura do Judiciário,
as partes que perdem causas
nesses tribunais podem recorrer ao STJ. Os recursos fazem
com que todos os volumes das
ações nas instâncias inferiores
sejam enviados ao STJ. Com
informatização total da corte,
os processos passarão a ficar
represados nos TJs e TRFs, onde já falta espaço.
Segundo o presidente do
STJ, Cesar Asfor Rocha, o resultado deve ser a aceleração
dos julgamentos. A distribuição
de um recurso no tribunal, que
em média dura quatro meses,
passará a ser feita em dois dias
com o novo sistema.
Outro benefício será a possibilidade de advogados e seus
clientes consultarem as páginas dos processos de qualquer
computador ligado à internet.
O presidente da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, diz que a entidade
está preocupada com a mudança, pois há um grande número
de advogados que não tem
acesso a computadores e são
"excluídos digitais".
O presidente do STJ, afirma,
porém, que é mais fácil para um
advogado que não tem computador ir a locais como "lan houses", para acessar o conteúdo
dos processos, do que ir ao STJ,
em Brasília, para verificar a situação dos recursos.
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