São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Acordo foi firmado sábado entre peemedebista e José Dirceu

Quércia fecha aliança com PT à sucessão em São Paulo

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT fechou uma aliança informal com o PMDB no Estado de São Paulo. Os negociadores do acordo foram o deputado federal José Dirceu (SP), presidente nacional do PT, e o presidente regional do PMDB em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia.
Quércia e o PT foram inimigos políticos durante muitos anos. A reaproximação teve início em um almoço reservado em 23 de janeiro deste ano, entre o peemedebista e o presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
Pelo acordo, o PT e o PMDB lançarão apenas um candidato ao Senado cada. Hás duas vagas em disputa por Estado neste ano. O PT sairá com Aloizio Mercadante. O PMDB, com Orestes Quércia.
Na última pesquisa Datafolha, Quércia aparecia em segundo lugar nas intenções de voto para o Senado, com 36%. Mercadante aparecia em terceiro, com 18%. Em primeiro, com 51%, estava o senador Romeu Tuma (PFL).
Quércia e Mercadante não farão campanha juntos. Mas não devem se hostilizar.
O PMDB também não terá candidato ao governo paulista, dando uma ajuda informal a José Genoino, o nome do PT que disputará essa vaga.
Essa aliança informal ainda depende de uma formalização na convenção de cada partido. No caso do PT, bastará a sigla não lançar outro nome para o Senado.
No PMDB, Quércia terá de derrotar a facção do partido que está ao lado do presidente nacional da sigla, Michel Temer, e que comanda a ala governista em SP.
"Será um desastre para os candidatos a deputado. O ideal é ter um candidato ao governo do Estado ou fazer aliança formal", diz Temer, que defende uma coalização do PMDB com o PSDB.
No momento, ele trabalha para compor uma aliança paulista que inclua PSDB, PFL e PMDB. O PSDB teria o governador Geraldo Alckmin como candidato à reeleição. O vice seria Tuma, que desistiria de voltar para o Congresso. Restaria ao PMDB uma das duas vagas para o Senado. A outra ficaria com o presidente nacional dos tucanos, o deputado José Aníbal.
Quércia é contra a proposta de Temer. Deseja evoluir para uma aliança formal com o PT em SP. Nesse caso, o candidato a vice-governador seria indicado pelo PMDB, e o nome seria o do escritor Fernando Morais.
Mas, para uma aliança formal, seria necessário que o PMDB não tivesse candidato à Presidência nem apoiasse outro que não fosse Lula. Quércia e seu grupo têm trabalhado nesse sentido.
Para o PT, além do apoio para a campanha ao governo paulista, a aliança com Quércia daria tranquilidade para a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT) . Com a ajuda do PMDB, ela teria uma bancada mais ampla a seu favor na Câmara de Vereadores.



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