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Polícia intima fazendeiro do Pontal a depor sobre sem-terra baleados
Benedito de Godoy/"O Imparcial"
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Sem-terra deixam fazenda Ponte Funda, em Presidente Epitácio |
CRISTIANO MACHADO
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
A Polícia Civil informou ontem
que intimou Samir Jubran, sócio
da Jubran Engenharia e Agropecuária, para prestar esclarecimentos sobre o incidente ocorrido anteontem na fazenda Ponte Funda,
de propriedade da empresa, em
Presidente Epitácio (SP), no Pontal do Paranapanema.
No episódio, sete integrantes do
Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra) foram baleados
durante tentativa de invasão no
imóvel. Dois sem-terra atingidos
de raspão no pescoço e na nuca tiveram alta médica ontem.
A polícia quer saber de Jubran
quem atirou nos sem-terra e se a
empresa mantém seguranças
com armas de uso restrito como
as de calibres 12 e 44, possivelmente utilizadas na ação.
Ontem, Fiorese abriu o inquérito de tentativa de homicídio e disse ter identificado o veículo usado
na fuga dos supostos atiradores,
uma camionete Ford F-10.
A polícia, diz Fiorese, também
vai apurar as responsabilidades
da invasão. Segundo ele, três homens encapuzados e com espingardas surgiram durante a invasão, começaram a atirar e, em seguida, fugiram na camionete, que
não foi encontrada.
"Ainda não podemos falar que
são funcionários da fazenda. Em
depoimento, seis empregados negaram participação", disse.
Samir Jubran não foi encontrado pela Agência Folha para falar
sobre o assunto. Seu sócio, o engenheiro Luiz Antônio Vecchia,
disse que o carro não é da fazenda
e que os tiros não partiram de
funcionários. "Nossos funcionários não estão armados."
Vecchia acusa os sem-terra de
terem simulado o incidente.
"Acho que eles [sem-terra] mesmos atiraram entre si. Eles têm
que achar um mártir e estão posando de coitadinhos que lutam
pela terra, mas a maioria é marginal, tem casa e carro, não tem nada de sem-terra, não", afirmou.
O líder nacional do Mast, Lino
Macedo, disse ontem que, apesar
do episódio, a fazenda poderá ser
invadida novamente em breve.
Lei
A lei garante ao proprietário o
direito de defender a sua posse,
mas a ação de defesa deve ser proporcional à ameaça sofrida, de
acordo com advogados ouvidos
pela Agência Folha. A proporcionalidade da reação, no entanto,
tem que ser analisada em cada situação específica.
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