São Paulo, Sábado, 28 de Agosto de 1999
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Fórum pede investigação sobre compra de fazendas

da Sucursal de Brasília


Entidades ligadas aos sem-terra pediram ontem ao Banco Mundial que investigue indícios de irregularidades no programa Cédula da Terra, projeto de US$ 150 milhões feito pelo governo brasileiro em parceria com o banco.
Documentos entregues no escritório do Banco Mundial em Brasília afirmam que o programa financiou a compra de fazendas superavaliadas e improdutivas por pequenos agricultores no Nordeste e em Minas Gerais.
O Banco Mundial poderá abrir investigação se considerar que os indícios são convincentes. Os documentos foram encaminhados por representantes do Fórum Nacional pela Reforma Agrária, que reúne 30 entidades, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A assessoria do ministro Raul Jungmann (Política Fundiária) afirmou que a denúncia é improcedente -o próprio Banco Mundial já rejeitou pedido de inspeção do Cédula da Terra feito pelas mesmas entidades no final do ano passado. Além disso, a assessoria disse que os empréstimos aos agricultores são subsidiados.
O Fórum apresentou novo pedido de inspeção e enviou denúncia ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, solicitando apuração sobre a implantação do Cédula da Terra em cinco Estados (Bahia, Maranhão, Pernambuco, Minas Gerais e Ceará).
O Cédula da Terra é a experiência-piloto do Banco da Terra, instituição de crédito criada pelo governo para financiar a chamada "reforma agrária de mercado", sem invasões de terra. Desde 1997 o Cédula da Terra já comprou 242 imóveis e pretende até o final deste ano atender 15 mil famílias.
A assessoria do Banco Mundial afirmou que nenhum dos US$ 90 milhões alocados no Cédula da Terra foi usado para comprar terras improdutivas, mas sim para obras de infra-estrutura.


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