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Fórum pede
investigação
sobre compra
de fazendas
da Sucursal de Brasília
Entidades ligadas aos sem-terra
pediram ontem ao Banco Mundial que investigue indícios de irregularidades no programa Cédula da Terra, projeto de US$ 150
milhões feito pelo governo brasileiro em parceria com o banco.
Documentos entregues no escritório do Banco Mundial em
Brasília afirmam que o programa
financiou a compra de fazendas
superavaliadas e improdutivas
por pequenos agricultores no
Nordeste e em Minas Gerais.
O Banco Mundial poderá abrir
investigação se considerar que os
indícios são convincentes. Os documentos foram encaminhados
por representantes do Fórum Nacional pela Reforma Agrária, que
reúne 30 entidades, como o MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra).
A assessoria do ministro Raul
Jungmann (Política Fundiária)
afirmou que a denúncia é improcedente -o próprio Banco Mundial já rejeitou pedido de inspeção
do Cédula da Terra feito pelas
mesmas entidades no final do ano
passado. Além disso, a assessoria
disse que os empréstimos aos
agricultores são subsidiados.
O Fórum apresentou novo pedido de inspeção e enviou denúncia ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, solicitando apuração sobre a implantação do Cédula da Terra em cinco
Estados (Bahia, Maranhão, Pernambuco, Minas Gerais e Ceará).
O Cédula da Terra é a experiência-piloto do Banco da Terra, instituição de crédito criada pelo governo para financiar a chamada
"reforma agrária de mercado",
sem invasões de terra. Desde 1997
o Cédula da Terra já comprou 242
imóveis e pretende até o final deste ano atender 15 mil famílias.
A assessoria do Banco Mundial
afirmou que nenhum dos US$ 90
milhões alocados no Cédula da
Terra foi usado para comprar terras improdutivas, mas sim para
obras de infra-estrutura.
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