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Wall Street prevê semana menos favorável
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Nesta semana, Wall Street será
menos favorável para o Brasil do
que foi na última. A previsão, confirmada por economistas que lidam com o país, é de Ricardo
Amorim, chefe de pesquisa para a
América Latina da Ideaglobal,
empresa de consultoria econômica baseada em Nova York.
"A última semana foi atípica, no
mínimo porque houve uma forte
melhora dos mercados americanos, com os índices Dow Jones e
Nasdaq subindo quase 10%", disse Amorim à Folha.
Outro dado importante, segundo o economista, foram as declarações pró-mercado feitas pelo
comando do PT: "Lula falou na
votação da reforma da previdência, na possibilidade do Banco
Central independente e na hipótese de elevar a meta do superávit
primário se necessário, tudo o
que o mercado queria ouvir".
Agora, Wall Street vai querer
cobrar a conta, mas a conta não
vai ser paga com a rapidez esperada. "Primeiro porque amanhã será anunciada a equipe de transição, não a de governo", diz Amorim. "Segundo, porque Lula vai
ter de negociar com a aliança que
lhe elegeu para formar seu ministério, e isso deve demorar."
A demora vai causar um certo
mal-estar, prevêem os economistas, e o dólar e o risco-país devem
voltar a subir já a partir de hoje.
Sem grandes exageros, no entanto. "Não há nenhuma necessidade
de haver uma tragédia grega", disse Arturo Porzecanski, economista-chefe do ABN Amro.
Outro assunto que deve dominar as conversas nesta semana é a
bolsa de apostas para, entre outros cargos-chave da economia, o
nome que deve ocupar a presidência do Banco Central.
Para Walter Molano, analista do
BCP Securities, não estão descartados Henrique Meirelles, ex-presidente do FleetBoston, Philippe
Reichstul, ex-Petrobras e Globo, e
Sergio Werlang, ex-diretor do BC
na gestão Fraga.
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