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CEARÁ
Candidato derrotado do PPS, Ciro Gomes diz que seu
partido apoiará o PT, mas com independência; o senador eleito
Tasso Jereissati (PSDB) prometeu uma oposição responsável
Lula recebe "herança macabra", diz Ciro
LUCIO VAZ
ENVIADO ESPECIAL A FORTALEZA
O candidato à Presidência derrotado do PPS, Ciro Gomes, afirmou ontem que o governo Luiz
Inácio Lula da Silva vai receber
"uma herança macabra" e deve
agir rapidamente para promover
mudanças estruturais, sob pena
de causar frustrações.
"Eu penso que o Lula tem uma
chance de ouro de consertar.
Agora, se ele não parte para consertar, vai ser uma frustração
muito grande", afirmou Ciro.
"A situação no Brasil é muito
grave, muito delicada. Esse modelo econômico não se sustenta. A
tarefa dele é muito complexa. O
prazo para isso também não é
muito elástico. Mas eu quero crer
que ele tem a capacidade, com esse capital político, de mobilizar o
que há de melhor no país para diminuir os riscos dessa mudança."
Ciro prevê que a maior dificuldade no início do governo Lula
será "o manejo da questão da dívida". Citou os problemas decorrentes disso, como o desemprego,
as falências, a recessão, a estagnação econômica e a crise de energia. "Enfim, não faltam problemas, é um legado macabro. Mas a
pedra de toque disso é a crise externa, o rombo nas contas externas brasileiras."
Afirmou que Lula não terá problemas com o Congresso no início do seu governo, mas poderá
ter mais tarde. "Ele tem um capital político extraordinário, histórico. Se ele der utilização a esse capital na primeira hora, não perder
tempo, ele vai ter maioria tranquila no Congresso."
Ciro disse que o PPS apoiará o
governo Lula no Congresso, mas
com independência. Questionado
sobre o seu projeto político agora,
respondeu: "Dormir, dormir bastante". Negou que vá disputar a
Prefeitura de Fortaleza em 2002.
Afirmou que a reaproximação
com o PSDB "é pura fofoca".
"Não tenho plano nenhum."
O senador eleito Tasso Jereissati
(PSDB-CE), aliado de Ciro, falou
com ironia do governo Lula, mas
prometeu fazer uma oposição
responsável: "O PSDB vai para a
oposição, mas não a oposição que
eles [os petistas] fizeram, sistemática, radical". Disse que o partido
vai dar "condições de governabilidade", mas vai cobrar "aquilo que
foi prometido ao eleitorado".
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