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Alckmin tem maioria assegurada na nova Assembléia Legislativa
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo antes que o segundo
turno confirmasse o prognóstico
de sua reeleição, o governador
Geraldo Alckmin já estava com
maioria parlamentar assegurada
na recém-renovada Assembléia
Legislativa de São Paulo.
Dos 94 deputados, o cálculo que
circula no PSDB é que 56 já estão
fechados com o governador reeleito. São necessários 48 deputados para a aprovação, sem pressões ou contestação em plenário,
das mensagens do Executivo.
A oposição estaria, segundo os
mesmos cálculos, com 27 deputados, enquanto os sete do PPB e os
quatro do Prona são considerados por enquanto indefinidos.
Bloco "emagrecido"
O bloco de sustentação de Alckmin na Assembléia "emagreceu"
consideravelmente com a eleição
de 6 de outubro.
O PSDB diminuiu de 24 para 18
cadeiras, o PTB, de 13 para seis, e o
PFL, de nove para seis.
Eram algumas das bancadas
que integravam o bloco de 70 deputados que Alckmin herdou de
Mário Covas e que formavam sua
"maioria automática".
As negociações para recosturar
a antiga aliança começaram há
pouco mais de duas semanas e tiveram como pivô o deputado estadual reeleito Edson Aparecido,
45, que é também o presidente regional do PSDB.
Não há por enquanto a troca da
adesão por cargos no primeiro e
segundo escalões da administração estadual.
Isso deve obviamente ocorrer,
mas só nos próximos dias. Negociaram-se agora os cargos na Mesa que presidirá a Assembléia no
início da legislatura.
O núcleo da coalizão está nos 18
deputados do PSDB e nos seis do
PFL, partido que desde as eleições
municipais de 2000 se afastou da
chamada "família" malufista.
O PSB e o PPS fizeram campanha para Alckmin no segundo
turno em São Paulo, embora, em
termos nacionais, os dois partidos
estejam ligados a Luiz Inácio Lula
da Silva (PT).
Com o PDT, há com o governo
uma "relação construtiva", que
será compensada com cargos. O
PV, que elegeu cinco deputados
em lugar do único que possuía,
também aderiu.
O PMDB seguirá para o governo sem maiores dificuldades, estimulado agora pelo enfraquecimento de Orestes Quércia, candidato derrotado ao Senado.
Apoio do PPB
Nesse conjunto, o Palácio dos
Bandeirantes conta com o apoio
frequente do PPB. E por dois motivos: o veterano Wadih Helu não
foi reeleito, e com ele o partido
perde o mais inflexível dos opositores aos tucanos; é também da
bancada estadual Wagner Salustiano, que se prepara para contestar a liderança histórica de Paulo
Maluf no partido.
Caso essas previsões se confirmem, a oposição ficaria circunscrita ao PT, que cresceu de 13 para
23 deputados, ao PC do B, que
manteve duas cadeiras, e ao PL,
que caiu de seis para dois deputados e que não chega, propriamente, a ter afinidades ideológicas
com a esquerda petista.
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