São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/RUMO A 2006

Pré-candidato à Presidência, governador de São Paulo elevará para R$ 9,1 bi investimentos no ano eleitoral; "é coincidência", diz secretário

Alckmin prevê gastos de R$ 2,7 bi em 3 meses

CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto trava uma disputa interna em seu partido pela vaga de candidato à Presidência da República nas eleições de 2006, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), acelera o ritmo de gastos de sua administração. Só entre outubro e dezembro deste ano, deve desembolsar R$ 2,7 bilhões em projetos que considera estratégicos.
O programa de gerenciamento, que listou 47 projetos prioritários em maio, liberou até setembro 44% dos R$ 4,9 bilhões previstos no ano. Coordenador-geral dos projetos, o secretário de Planejamento, Martus Tavares, anunciou ontem que pretende desembolsar o restante até o final do ano.
No ano que vem, quando o partido definirá o nome de quem confrontará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve tentar a reeleição, Alckmin pretende gastar com projetos estratégicos cerca de R$ 6,2 bilhões. Obras de visibilidade eleitoral, como duas novas estações do Metrô e o Instituto Doutor Arnaldo (que ficou parada por mais de 12 anos) têm previsão de entrega ainda no primeiro semestre de 2006.
Para parte dos 47 projetos estratégicos do governo ainda não houve liberação de verba, como a construção de novas unidades da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) no interior do Estado. Segundo Tavares, isso se deve a entraves nas licitações.
Das 34 novas unidades previstas, apenas cinco estão no início das obras. Outras 15 permanecem em fase de licitação e, no caso de 14, a negociação para a utilização de terrenos não foi concluída.
Ao todo, o investimento do governo Alckmin no ano da sucessão presidencial será de R$ 9,1 bilhões -incluindo empresas estatais. É mais que o dobro do investido em 2003. Em 2004, o governo Alckmin investiu R$ 7,6 bilhões.
"Podem dizer que o investimento aumentou só na véspera das eleições. Mas é coincidência. O Estado precisou de um ajuste fiscal de dez anos para recuperar a sua capacidade de investir", afirmou Tavares.


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