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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/RUMO A 2006
Pré-candidato à Presidência, governador de São Paulo elevará para R$ 9,1 bi investimentos no ano eleitoral; "é coincidência", diz secretário
Alckmin prevê gastos de R$ 2,7 bi em 3 meses
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto trava uma disputa interna em seu partido pela vaga de
candidato à Presidência da República nas eleições de 2006, o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), acelera o ritmo
de gastos de sua administração.
Só entre outubro e dezembro deste ano, deve desembolsar R$ 2,7
bilhões em projetos que considera estratégicos.
O programa de gerenciamento,
que listou 47 projetos prioritários
em maio, liberou até setembro
44% dos R$ 4,9 bilhões previstos
no ano. Coordenador-geral dos
projetos, o secretário de Planejamento, Martus Tavares, anunciou
ontem que pretende desembolsar
o restante até o final do ano.
No ano que vem, quando o partido definirá o nome de quem
confrontará o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que deve tentar a reeleição, Alckmin pretende
gastar com projetos estratégicos
cerca de R$ 6,2 bilhões. Obras de
visibilidade eleitoral, como duas
novas estações do Metrô e o Instituto Doutor Arnaldo (que ficou
parada por mais de 12 anos) têm
previsão de entrega ainda no primeiro semestre de 2006.
Para parte dos 47 projetos estratégicos do governo ainda não
houve liberação de verba, como a
construção de novas unidades da
Febem (Fundação Estadual do
Bem-Estar do Menor) no interior
do Estado. Segundo Tavares, isso
se deve a entraves nas licitações.
Das 34 novas unidades previstas, apenas cinco estão no início
das obras. Outras 15 permanecem
em fase de licitação e, no caso de
14, a negociação para a utilização
de terrenos não foi concluída.
Ao todo, o investimento do governo Alckmin no ano da sucessão presidencial será de R$ 9,1 bilhões -incluindo empresas estatais. É mais que o dobro do investido em 2003. Em 2004, o governo
Alckmin investiu R$ 7,6 bilhões.
"Podem dizer que o investimento aumentou só na véspera
das eleições. Mas é coincidência.
O Estado precisou de um ajuste
fiscal de dez anos para recuperar a
sua capacidade de investir", afirmou Tavares.
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