São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

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PDT vê "armação" em acusação de compra de votos

ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS

O candidato do PDT ao governo do Maranhão, Jackson Lago, e o presidente em exercício do partido no Estado, Julião Amin, eleito deputado federal, afirmaram ser "armação" a acusação de compra de votos veiculada anteontem à noite pela TV Mirante, emissora afiliada da Rede Globo e controlada pela família Sarney.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a denúncia, por determinação do Procurador Regional Eleitoral, Juraci Guimarães. O superintendente regional da PF, Gustavo Gominho, disse que antes da eleição não será concluída a perícia que indicará se a fita exibida é autêntica ou se sofreu montagem.
As imagens exibidas pela emissora foram gravadas pelo ex-prefeito de Olinda Nova do Maranhão, Mimi (Almir) Cutrim, candidato derrotado a deputado estadual pelo PSC, partido da coligação da candidata Roseana Sarney (PFL). A emissora veiculou no noticiário "Jornal do Maranhão" imagens gravadas pelo ex-prefeito com uso de uma câmera escondida.
Roseana declarou, horas depois do noticiário, que não tinha conhecimento prévio da reportagem. "Sou apenas acionista, e não tomo parte das decisões sobre o conteúdo do noticiário jornalístico", afirmou.
Ontem, o advogado da coligação de Roseana Sarney levou Mimi Cutrim ao TRE para formalizar a acusação ao Ministério Público Eleitoral e entregar cópia das fitas veiculadas pela TV. O Ministério Público Eleitoral, então, chamou a PF.
A TV Mirante divulgou a fita sem a versão de Jackson Lago. Segundo o diretor de jornalismo da emissora, Rômulo Barbosa, a TV recebeu a fita de Mimi Cutrim pouco antes do jornal ir ao ar e optou por divulgar as imagens, sem perícia prévia, porque as imagens eram "muito eloqüentes". Na fita, o deputado federal eleito Julião Amim convida Cutrim para integrar o governo de Jackson Lago. O encontro é testemunhado pelo genro de Lago, o empresário Júlio Noronha, no escritório do PDT em São Luís. A locutora diz que foi oferecida uma secretaria de governo ao ex-prefeito, o que não aparece na fita.
Depois, imagens mostram o ex-prefeito na casa da presidente do diretório municipal do PDT de Nova Olinda, Conceição Cutrim Paiva (prima do denunciante), que, segundo o ex-prefeito, lhe entregou, por meio do filho, R$ 5 mil para compra de votos. A câmera mostra uma suposta lista de cabos eleitorais e contatos para transporte ilegal de eleitores.
Na versão do PDT, o dinheiro cobriria despesas eleitorais, como refeição e combustível, por não existir agência bancária no município. (ELVIRA LOBATO)

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