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PDT vê "armação" em acusação de compra de votos
ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS
O candidato do PDT ao governo do Maranhão, Jackson
Lago, e o presidente em exercício do partido no Estado, Julião
Amin, eleito deputado federal,
afirmaram ser "armação" a
acusação de compra de votos
veiculada anteontem à noite
pela TV Mirante, emissora afiliada da Rede Globo e controlada pela família Sarney.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a denúncia,
por determinação do Procurador Regional Eleitoral, Juraci
Guimarães. O superintendente
regional da PF, Gustavo Gominho, disse que antes da eleição
não será concluída a perícia que
indicará se a fita exibida é autêntica ou se sofreu montagem.
As imagens exibidas pela
emissora foram gravadas pelo
ex-prefeito de Olinda Nova do
Maranhão, Mimi (Almir) Cutrim, candidato derrotado a deputado estadual pelo PSC, partido da coligação da candidata
Roseana Sarney (PFL). A emissora veiculou no noticiário
"Jornal do Maranhão" imagens
gravadas pelo ex-prefeito com
uso de uma câmera escondida.
Roseana declarou, horas depois do noticiário, que não tinha conhecimento prévio da
reportagem. "Sou apenas acionista, e não tomo parte das decisões sobre o conteúdo do noticiário jornalístico", afirmou.
Ontem, o advogado da coligação de Roseana Sarney levou
Mimi Cutrim ao TRE para formalizar a acusação ao Ministério Público Eleitoral e entregar
cópia das fitas veiculadas pela
TV. O Ministério Público Eleitoral, então, chamou a PF.
A TV Mirante divulgou a fita
sem a versão de Jackson Lago.
Segundo o diretor de jornalismo da emissora, Rômulo Barbosa, a TV recebeu a fita de Mimi Cutrim pouco antes do jornal ir ao ar e optou por divulgar
as imagens, sem perícia prévia,
porque as imagens eram "muito eloqüentes". Na fita, o deputado federal eleito Julião Amim
convida Cutrim para integrar o
governo de Jackson Lago. O encontro é testemunhado pelo
genro de Lago, o empresário
Júlio Noronha, no escritório do
PDT em São Luís. A locutora
diz que foi oferecida uma secretaria de governo ao ex-prefeito,
o que não aparece na fita.
Depois, imagens mostram o
ex-prefeito na casa da presidente do diretório municipal
do PDT de Nova Olinda, Conceição Cutrim Paiva (prima do
denunciante), que, segundo o
ex-prefeito, lhe entregou, por
meio do filho, R$ 5 mil para
compra de votos. A câmera
mostra uma suposta lista de cabos eleitorais e contatos para
transporte ilegal de eleitores.
Na versão do PDT, o dinheiro
cobriria despesas eleitorais, como refeição e combustível, por
não existir agência bancária no
município.
(ELVIRA LOBATO)
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