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ELEIÇÕES 2008 / CRISE GLOBAL
Prefeitos eleitos já prevêem redução dos investimentos
Em BH, Marcio Lacerda diz que fará ajustes no Orçamento se o país crescer menos
Em Porto Alegre, o prefeito José Fogaça (PMDB) só não definiu ainda o tamanho do ajuste nas contas públicas e as áreas que serão atingidas
DA AGÊNCIA FOLHA
Eleitos com a promessa de
realizar grandes obras nas suas
cidades, futuros prefeitos de
capitais de todo o país já se preparam para a possibilidade de
cortar investimentos no próximo ano para enfrentar a crise
econômica internacional.
Os planos em estudo prevêem o contingenciamento de
parte dos Orçamentos municipais de 2009, o adiamento de
obras e a redução nas despesas
de custeio. As áreas sociais,
afirmam os futuros administradores, terão prioridade e não
deverão ser afetadas.
Em Belo Horizonte (MG), o
prefeito eleito, Marcio Lacerda
(PSB), disse que, apesar de ter
feito um plano de governo "pé
no chão" e sintonizado com o
Orçamento "conservador" de
2009, promoverá ajustes se a
crise econômica assim exigir.
Eventuais cortes, afirmou ele,
deverão ser feitos em obras.
Segundo Lacerda, o Orçamento de 2009, de R$ 6,1 bilhões, leva em conta um crescimento econômico nacional de
4,5% do PIB (Produto Interno
Bruto). "Se [o crescimento] for
menor, da ordem de 3%, será
preciso fazer algum ajuste",
disse. "Alguma obra terá de ser
postergada, mas sem prejuízo
das ações sociais", afirmou.
O Orçamento de 2009 encaminhado ao Legislativo de BH
reserva cerca de R$ 1,5 bilhão
para obras. Lacerda disse que
vai adequar a situação de curto
prazo ao planejamento sem a
necessidade de "choques".
Em Curitiba (PR), a prefeitura, comandada pelo prefeito
reeleito Beto Richa (PSDB),
elaborou um plano de contingência que prevê a retenção de
ao menos R$ 50,4 milhões no
Orçamento de 2009, caso a crise se instale no país. Entre as
possíveis medidas, estão o adiamento de licitações e o corte de
despesas de custeio.
Em Porto Alegre (RS), o contingenciamento de investimentos previstos no Orçamento do próximo ano também já
está decidido. O prefeito reeleito, José Fogaça (PMDB), só não
definiu ainda o tamanho do
ajuste e as áreas que serão atingidas. A decisão só deverá ser
conhecida em dezembro.
Em Recife (PE), o prefeito
eleito, João da Costa (PT), disse
que a perspectiva do seu primeiro ano de administração é
de redução de gastos. Costa
também afirmou que, se necessário, fará ajustes e criará um
plano de contingência para
controlar as despesas.
Segundo ele, ainda não há definição das áreas que poderão
sofrer cortes. "Em novembro,
vamos reunir as equipes de
transição e avaliar a situação,
porque ainda não há um quadro consolidado", declarou.
Costa acredita que os investimentos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) poderão compensar as eventuais
perdas de arrecadação.
Em Salvador (BA), o prefeito
reeleito, João Henrique Carneiro (PMDB), disse que não se
precipitará para tomar decisões, mas confirmou que adotará medidas se necessário. "Se a
crise chegar forte ao Brasil, vamos ter que cortar gastos, mas é
preciso esperar para ver o que
vai acontecer", afirmou.
Em Fortaleza (CE), a perspectiva de a crise atingir a economia local ainda não afetou o
projeto de lei orçamentária enviada pela prefeita reeleita,
Luizianne Lins (PT), à Câmara
Municipal. O projeto prevê gastos 15,48% maiores do que os
previstos para 2008, totalizando R$ 3,4 bilhões.
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