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CRIME ORGANIZADO
Deputado cassado estava internado após suposta tentativa de suicídio
PF prende Gerardo em Brasília
da Sucursal de Brasília
A Polícia Federal
prendeu ontem o
deputado estadual
cassado José Gerardo de Abreu (expulso do PPB-MA),
acusado pela CPI do Narcotráfico
de comandar o crime organizado
no Maranhão. A voz de prisão foi
dada, por volta das 16h30, no
Hospital Brasília, no Lago Sul, onde José Gerardo havia sido internado na última sexta-feira.
O médico particular Heverton
de Campos Menezes, acionado
pelo advogado de Gerardo, afirmou que o ex-deputado tentou
suicídio, tomando comprimidos.
O hospital não confirmou se
houve superdosagem de remédios e informou que abrirá sindicância para esclarecer por que ele
foi internado na UTI -o caso
não exigiria terapia intensiva.
O deputado cassado estava foragido desde que teve o mandato
cassado pela Assembléia Legislativa do Maranhão por causa das
acusações feitas pela CPI e era
procurado pela Polícia Federal.
O vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª região, em Brasília, Tourinho Neto,
negou liminar que impediria a
prisão de José Gerardo e, com isso, autorizou a sua transferência
do Hospital Brasília para a Superintendência da Polícia Federal.
José Gerardo também havia requerido, em habeas corpus, que
não fosse removido para o Maranhão, sob argumento de que temia ser morto. O juiz condicionou o atendimento desse pedido
à avaliação da equipe médica do
hospital sobre o risco de vida.
O advogado de José Gerardo,
Pedro Calmon, disse que ele cumprirá a decisão. Antes do despacho do juiz, às 17h30, a PF já havia
dado voz de prisão a José Gerardo. O delegado Rodney Miranda,
membro do Núcleo de Combate à
Impunidade do governo federal,
disse que a intenção da PF é transferi-lo para o Maranhão.
Menezes e a equipe médica do
Hospital Brasília faziam durante a
noite de ontem a avaliação do estado clínico de José Gerardo para
decidir sobre a alta hospitalar.
Tratamento
O médico Menezes disse que foi
chamado por um dos advogados
de José Gerardo, Pedro Calmon,
às 17h30 de anteontem. A tentativa de suicídio teria ocorrido por
volta das 15h de sexta-feira.
O médico trabalha em uma clínica chamada SOS Check-Up International e não pertence ao quadro do Hospital Brasília.
Segundo Menezes, na madrugada de ontem, José Gerardo estava em coma e corria risco de vida
porque havia tomado 30 comprimidos de Lexotan, totalizando
180 miligramas, além de outros
três medicamentos, sendo um
outro tranquilizante e dois usados
contra hipertensão.
Menezes disse que fez uma lavagem estomacal, no local onde José
Gerardo estava escondido, que
não foi revelado -o ex-deputado
estaria em Brasília desde o dia 5.
Ele disse que José Gerardo estava inconsciente quando o internou. A versão que circulava entre
funcionários do hospital, no entanto, era que o paciente teria chegado consciente e que Menezes
teria forçado sua sedação.
Calmon, que responsabilizou a
CPI por um suposto quadro depressivo do paciente, negou-se a
dizer onde ele estava antes.
O deputado Pompeo de Mattos
(PDT-RS), membro da CPI, afirmou que iria propor que uma
junta médica examinasse o ex-deputado.
(DENISE MADUEÑO, SILVANA DE FREITAS e ALEX RIBEIRO)
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