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Não vai haver "farra do boi" nos gastos, diz Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Lula disse
ontem que não permitirá
"farra do boi" nos gastos públicos. "Sempre que a economia vai bem, aparece gente
querendo "bom, agora a farra
do boi. Agora vamos resolver
os problemas que estavam
há um século para serem resolvidos". Não vai ter isso",
disse, em evento do Conselho Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional.
"Vamos chegar em 2010 e
entregar este país para o novo presidente da república
organizado", completou.
Antes, em reunião do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, Lula oficializou a suspensão do
anúncio da nova política industrial e do envio da reforma tributária ao Congresso.
"Não vamos apresentar. E
por que não vamos apresentar? Porque eu não sei o que
vai acontecer", disse, referindo-se à CPMF e demonstrando que o governo está inseguro sobre a prorrogação.
O argumento para mais
uma vez adiar a reforma tributária e a política industrial
é o de que o governo não pode abrir mão de receita e discutir alívios e desonerações
num momento em que corre
o risco de perder os R$ 40 bilhões anuais garantidos pela
CPMF. Mas é também uma
forma de pressionar os senadores e parte do empresariado contrários à prorrogação.
Na reunião do conselho,
Lula falou em novo "timing
político" para a apresentação
das propostas e disse que o
"nervosismo político" não
vai contaminar a economia.
"O processo democrático,
na medida em que se consolida, permite que a gente possa
viver momentos de discordância política sem que isso
abale um milímetro sequer a
economia."
Lula afirmou "estar convencido" de que o Congresso
votará a reforma tributária e
prometeu dar "nome aos
bois" dos que trabalharem
para derrubá-la. "Eu não vou
fazer como fiz em 2003, que
apresentamos proposta de
política tributária, depois
ninguém queria votar e a culpa fica no governo."
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