São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2007

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Não vai haver "farra do boi" nos gastos, diz Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Lula disse ontem que não permitirá "farra do boi" nos gastos públicos. "Sempre que a economia vai bem, aparece gente querendo "bom, agora a farra do boi. Agora vamos resolver os problemas que estavam há um século para serem resolvidos". Não vai ter isso", disse, em evento do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
"Vamos chegar em 2010 e entregar este país para o novo presidente da república organizado", completou.
Antes, em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Lula oficializou a suspensão do anúncio da nova política industrial e do envio da reforma tributária ao Congresso. "Não vamos apresentar. E por que não vamos apresentar? Porque eu não sei o que vai acontecer", disse, referindo-se à CPMF e demonstrando que o governo está inseguro sobre a prorrogação.
O argumento para mais uma vez adiar a reforma tributária e a política industrial é o de que o governo não pode abrir mão de receita e discutir alívios e desonerações num momento em que corre o risco de perder os R$ 40 bilhões anuais garantidos pela CPMF. Mas é também uma forma de pressionar os senadores e parte do empresariado contrários à prorrogação.
Na reunião do conselho, Lula falou em novo "timing político" para a apresentação das propostas e disse que o "nervosismo político" não vai contaminar a economia.
"O processo democrático, na medida em que se consolida, permite que a gente possa viver momentos de discordância política sem que isso abale um milímetro sequer a economia."
Lula afirmou "estar convencido" de que o Congresso votará a reforma tributária e prometeu dar "nome aos bois" dos que trabalharem para derrubá-la. "Eu não vou fazer como fiz em 2003, que apresentamos proposta de política tributária, depois ninguém queria votar e a culpa fica no governo."


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