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ESCUTA TELEFÔNICA
Órgão diz que o conteúdo é "irrelevante" porque foi obtido de forma ilegal e que buscará só o autor do grampo
PF se nega a investigar conteúdo das fitas
da Sucursal de Brasília
A assessoria
de comunicação
da Polícia Federal informou
que o órgão não
vai investigar
nenhum assunto relacionado
ao conteúdo das fitas do caso do
grampo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Para a Polícia Federal, "o conteúdo das fitas é irrelevante" porque
foi obtido de forma ilegal e não
tem valor jurídico.
De acordo com a assessoria, a investigação em curso tentará apenas determinar o autor dos grampos. Para a PF, a investigação sobre
o conteúdo das gravações seria de
responsabilidade do Ministério
Público.
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CPI
Os grampos foram feitos nos telefones utilizados por Luiz Carlos
Mendonça de Barros quando ele
ocupava a presidência do BNDES e
por seu sucessor, André Lara Resende.
Nas conversas gravadas ilegalmente e vazadas para a imprensa,
Mendonça de Barros e Lara Resende articulam apoio para o consórcio Opportunity participar do leilão da Telebrás. As fitas registraram a preferência dos dois pelo
consórcio.
Para os partidos de oposição, as
conversas gravadas ilegalmente
revelam que o governo manipulou
o leilão da Telebrás.
Com base nisso, parlamentares
da oposição tentam há duas semanas reunir assinaturas suficientes
no Congresso para iniciar uma CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o processo de
privatizações no governo de Fernando Henrique Cardoso.
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Contraste
A linha de investigação do caso
do grampo no BNDES contrasta
com a apuração do dossiê sobre a
suposta conta bancária em paraíso
fiscal do Caribe que teria como beneficiários o presidente Fernando
Henrique Cardoso, o governador
de São Paulo, Mário Covas, o ministro da Saúde, José Serra, e o ministro Sérgio Motta (Comunicações), morto em abril último.
Quando, no início deste mês,
anunciou a abertura do inquérito
do chamado "dossiê Cayman", o
diretor da PF, Vicente Chelotti,
afirmou que não importava se os
papéis que citavam a suposta conta
eram autênticos ou simples montagens, mas sim se a conta realmente existia.
Chegou a dizer que seriam convidados a depor todos os citados nos
papéis ou que participaram das
tentativas de torná-los públicos,
entre eles, FHC, Serra, Covas, o ex-presidente Fernando Collor de
Mello e Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), candidato derrotado à Presidência da República.
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