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Grampo deve ter sido feito fora do BNDES
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
A Polícia Federal passou a trabalhar ontem com a hipótese de que o
grampo no BNDES foi instalado
fora da sede do banco no Rio de Janeiro por ter gravado conversas
feitas em linhas diretas (e não ramais) do gabinete da presidência.
Segundo a PF, o uso de linhas diretas dificulta a identificação do local e dos autores da escuta ilegal
por meio de perícia técnica e exige
a concentração das investigações
em cima de pessoas suspeitas.
O delegado Rubens Grandini,
responsável pelo inquérito que
apura a escuta telefônica ilegal,
confirmou com o ex-ministro das
Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros que as conversas
foram grampeadas em telefones
diretos da presidência do banco.
As duas fitas do grampo em poder da PF contêm conversas de
Mendonça de Barros a favor do
consórcio integrado pelo banco
Opportunity para disputar o leilão
da Tele Norte Leste, que reúne a
Telerj e outras 15 companhias telefônicas estaduais.
No caso de linhas diretas, o
grampo pode ter sido instalado ao
longo do cabo telefônico, desde o
prédio do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e
Social) até a estação da Telerj que
controla as ligações.
Se o grampo tivesse gravado conversas feitas em linhas de ramais, a
PF não teria dúvidas de que a escuta ilegal foi instalada dentro da
central telefônica digital do banco.
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Vestígios
A hipótese de que o grampo foi
instalado fora da sede do BNDES
foi reforçada pelo insucesso das
varreduras feitas por peritos da PF.
Eles não encontraram fios descascados ou outros vestígios de
grampo nos gabinetes da central
telefônica do BNDES, por onde circulam as ligações de 120 ramais e
das linhas diretas da presidência e
das diretorias do banco.
Varredura feita pela Telerj nas linhas de acesso ao prédio do
BNDES também não encontrou
vestígio do grampo. A Telerj identificou apenas uma irregularidade
nessas linhas envolvendo a superposição de fios relativos a números
diferentes dos que estão nos telefones instalados no BNDES.
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