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Garcia defende que Procuradoria apure os casos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio
Garcia, defendeu que a Procuradoria Geral da República abra investigação contra
os brasileiros acusados de
envolvimento no seqüestro e
assassinato de ítalo-argentinos durante a Operação Condor, no início dos anos 80.
"Acho que o que o Tarso
Genro [ministro da Justiça]
propôs é uma boa solução",
disse Garcia, referindo-se à
interpretação de que Tarso
propusera a abertura de investigação pela Procuradoria. Na verdade, Tarso disse
anteontem ser essa uma possibilidade, em caso de solicitação da Justiça italiana.
"O ministro anunciou o
seu ponto de vista, e ele saberá compatibilizar o respeito à
lei com o respeito aos direitos humanos", disse Garcia.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando
Souza, afirmou, via assessoria, que só poderá decidir sobre a abertura de investigação após examinar os documentos da Justiça italiana.
Na opinião de um integrante da cúpula do governo,
há possibilidade de que processos judiciais a respeito do
caso prosperem no Brasil,
pois os crimes de seqüestro
que constam da decisão italiana foram cometidos após a
Lei da Anistia, de 1979.
No Chile, corpos de desaparecidos começaram a aparecer quando, na Justiça, famílias alegaram que o crime
de seqüestro poderia ainda
estar em curso. Nessa hipótese, não haveria prescrição.
Um auxiliar de Lula disse
que essa fórmula poderia ser
aplicada no caso brasileiro.
Até ontem à noite, Planalto e Itamaraty não haviam
recebido pedido oficial de extradição de brasileiros. Sequer havia certeza se são 11
ou 13 os brasileiros acusados.
Segundo a Embaixada do
Brasil em Roma, foi pedida a
prisão de 140 pessoas, mas o
Tribunal de Roma está em
recesso. Só deverá haver um
pedido formal ao Brasil a
partir da próxima quarta. O
embaixador italiano no Brasil, Michele Valensise, disse
não ter recebido comunicado oficial de seu país.
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