|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAIBA MAIS
CPI não ouviu testemunhas importantes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na reta final dos trabalhos, a
CPI dos Correios não tomou o
depoimento de testemunhas
centrais nas investigações do
"mensalão". O principal objetivo da comissão é identificar a
origem desse dinheiro. Solange
Pereira, funcionária do PT, por
exemplo, não foi ouvida.
Membros da CPI suspeitam
que Solange pagou empréstimo de R$ 29,4 mil concedido
pelo PT ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em março de
2005, ela sacou R$ 100 mil de
uma conta de Marcos Valério
de Souza. No dia seguinte foi
quitada a última parcela da dívida (R$ 5,4 mil).
A comissão investiga se o empréstimo foi quitado com dinheiro do caixa dois do PT,
operado pelo então tesoureiro
Delúbio Soares e por Valério.
Em versão contestada por
membros da CPI, Paulo Okamotto, presidente do Sebrae,
disse ter pagado a dívida. Para
isso, teria feito saques em suas
contas bancárias em datas e valores não coincidentes com o
pagamento das parcelas.
O depoimento de Solange
chegou a ser marcado em novembro, mas a funcionária do
PT não compareceu. Ela não
foi convocada novamente.
O sub-relator de movimentação financeira, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), disse
que Solange ainda será ouvida.
A CPI funciona até abril.
Outra que também não prestou depoimento foi Soraya
Garcia, ex-assessora financeira
da campanha do PT de Londrina em 2004. Em entrevista à
Folha, ela acusou o ex-ministro
José Dirceu (Casa Civil) de levar R$ 300 mil em espécie para
a campanha de Nedson Micheleti, prefeito reeleito pelo PT.
O depoimento de Garcia não
aconteceu devido a um acordo
entre petistas e tucanos, que
não queriam a convocação de
um lobista ligado à campanha
do PSDB em 1998.
O próprio José Dirceu, que
teve a cassação pedida pela CPI
por ser supostamente o mentor
do "mensalão" nunca foi ouvido, assim como o ex-presidente do PT José Genoino.
(FERNANDA KRAKOVICS)
Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Acordão no ar?: CPI abandona sete linhas de investigação Próximo Texto: Ainda há tempo hábil, diz Delcídio Índice
|