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Deputado eleito é condenado no MA
RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local
O deputado federal eleito Paulo
Marinho (PSC-MA), condenado
por atos de improbidade administrativa quando foi prefeito de Caxias (MA), teve ontem uma vitória
em sua tentativa de conseguir tomar posse na Câmara.
No dia 14, Marinho foi condenado pelo juiz da 1ª Vara Cível de Caxias, Milton Bandeira de Lima, a
devolver R$ 381 mil aos cofres públicos. Na mesma sentença o deputado eleito teve seus direitos políticos cassados por seis anos.
Marinho não apresentou defesa
no processo e perdeu o prazo para
recurso. A sentença transitou em
julgado, ou seja, não é mais passível de apelação.
Ontem, porém, uma liminar
concedida pelo desembargador
Jorge Rachid, do TJ (Tribunal de
Justiça) do Maranhão, suspendeu
a sentença. Marinho argumentou
que não foi notificado da ação e teve seu direito de defesa cerceado.
Os advogados da prefeitura de
Caxias vão tentar até segunda-feira
reverter a decisão do desembargador. O principal argumento é uma
representação feita por Marinho à
Secretaria de Segurança Pública,
dizendo que foi informado sobre a
ação pelo juiz e, portanto, estava
ciente do processo.
Se a liminar for cassada, o suplente José Franklin Skeff Seba
(PSD) deve assumir a cadeira de
Marinho na Câmara, no dia 1º de
fevereiro. Senão, o deputado eleito
ganha imunidade por quatro anos.
A condenação
Paulo Marinho foi condenado
pela venda ilegal de 1 bilhão de
ações da Cemar (Companhia
Energética do Maranhão) pertencentes à prefeitura de Caxias, em
96, quando era prefeito. A venda
foi feita sem licitação, e o dinheiro
nunca chegou aos cofres públicos.
Marinho nega as acusações e se
diz vítima de um complô do juiz e
do atual prefeito, Ezíquio Barbosa
(PSC), alvo de um processo de cassação iniciado na semana passada.
Um laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil aponta falsificação de suas assinaturas.
O depoimento do comprador,
José Jeová Souto Mota, à Delegacia
de Crimes Contra a Fazenda Pública, porém, compromete Marinho.
Mota disse que a negociação foi
conduzida por Nilson Marinho, irmão do deputado, a quem teria pago R$ 39 mil em dinheiro.
Para o deputado eleito, Ezíquio
Barbosa e o juiz querem desviar as
atenções do processo de cassação
do prefeito.
A Câmara de Caxias está investigando, entre outros, o sumiço de
R$ 205 mil repassados pelo Ministério da Saúde.
Segundo auditoria do ministério,
o dinheiro foi gasto ilegalmente na
compra de leite, em 97.
A compra foi feita, sem licitação,
da Fazenda Estrela, durante a gestão de Maria Luiza Fonseca na Secretaria da Saúde de Caxias.
Segundo o prefeito, ela é mãe de
Paulo Marinho e dona da Fazenda
Estrela. O leite nunca chegou à prefeitura.
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