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GOVERNO
Ministro faz encontro esvaziado com pefelistas e almoça com tucanos
Economia suporta dólar só até R$ 1,70, diz Malan
LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília
O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse a
parlamentares
do PSDB que a
economia brasileira suporta cotações do dólar
de até R$ 1,70. No encontro, Malan
e os tucanos avaliaram que nas
próximas semanas haverá uma
acomodação do mercado e a cotação do dólar vai se estabilizar.
Pela manhã, o ministro havia se
reunido com parlamentares do
PFL e, depois, almoçou com a cúpula tucana. Embora os pefelistas
costumem dizer que "adotaram" o
ministro, o encontro com o partido foi esvaziado.
Dos principais caciques do PFL,
somente o líder pefelista na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), esteve
no Ministério da Fazenda. Faltaram, por exemplo, o presidente do
Senado, Antonio Carlos Magalhães (BA), e o presidente do partido, senador eleito Jorge Bornhausen (SC).
Além de Inocêncio, estiveram na
reunião, que durou cerca de 30 minutos, os deputados José Carlos
Aleluia (BA), Luiz Carlos Santos
(SP), Roberto Fontes (PE), Efraim
Morais (PB) e Laura Carneiro (RJ).
Eles pediram ao ministro uma reação forte contra os especuladores.
Os pefelistas saíram do ministério às 11h. Pouco depois das 13h começaram a chegar os tucanos, comandados pelo presidente do partido, senador Teotonio Vilela Filho
(AL). O ministro Pimenta da Veiga
(Comunicações) também participou do almoço, que durou duas
horas.
O líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG), disse que o governo espera para as próximas semanas uma reação "mais racional" do
mercado. "A oscilação (da cotação
do dólar) é irreal, e o ministro concorda com isso", afirmou.
Para Aécio, "qualquer acomodação do dólar abaixo de R$ 1,70 representa uma reação racional do
mercado". Segundo ele, Malan
concorda com essa avaliação.
Tucanos e pefelistas deixaram o
ministério prometendo apoio a
medidas que o governo venha a tomar para conter a volta da inflação
e para promover o crescimento
econômico do país.
"Manifestamos apoio ao ministro e a confiança, mais do que isso,
a certeza de que o país vai sair dessa crise e vai voltar a crescer para
gerar empregos", disse Inocêncio.
Para Aécio, o apoio não significa
um "cheque em branco" ao governo. "Não demos cheque em branco para ninguém. Cheque em
branco deu a população ao presidente Fernando Henrique."
Nas duas reuniões, Malan fez
uma avaliação otimista do futuro
da economia brasileira. Ele disse
aos tucanos e aos pefelistas que,
superada esta fase, a economia do
país voltará a crescer em níveis até
superiores aos registrados antes
da crise. Os sinais de recuperação,
segundo a avaliação do ministro,
começarão a ser percebidos em
meados deste ano.
Os tucanos criticaram a comunicação do governo. "A nossa preocupação é com a comunicação do
governo neste momento de certa
perplexidade. O governo precisa
ter a participação do cidadão na
defesa dos preços", afirmou o líder
do governo na Câmara, Arnaldo
Madeira (PSDB-SP).
Segundo ele, Malan pediu que os
parlamentares neguem as especulações de que poderá haver tabelamento de preços.
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