São Paulo, terça-feira, 29 de fevereiro de 2000


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Para entidades, o teto é a solução

da Sucursal de Brasília

Dirigentes da Ajufe e Anamatra, as entidades nacionais de juízes federais e do Trabalho, classificam como uma solução provisória a concessão do auxílio-moradia à categoria pelo ministro Nelson Jobim, do STF (Supremo Tribunal Federal).
"A bandeira da categoria é a moralidade, que será assegurada com a criação do teto", disse Geraldo Tadeu Alkimin, presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho). "Essa é uma solução provisória, mas já evitou uma greve que causaria grandes prejuízos à sociedade", afirmou o presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Fernando Tourinho Neto.
Para eles, o Congresso e os "marajás" do funcionalismo público são os principais adversários da criação do teto salarial de R$ 12.720 porque irá acabar com as remunerações superiores às do presidente da República e de ministros do STF. "Em setembro, entramos com mandado de segurança sobre o auxílio-moradia porque essa é uma complementação salarial disfarçada que está sendo paga aos parlamentares", disse Tourinho Neto.
Assembléias nos Estados ficaram encarregadas de definir a posição da categoria quanto à greve que iria ser deflagrada ontem.
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Carlos Frederico Santos, afirmou que não houve avanços sobre as reivindicações da categoria levadas ao presidente Fernando Henrique Cardoso em audiência no Palácio do Planalto.
Os procuradores são contra o projeto que cria a Lei da Mordaça, que proíbe a divulgação de investigações em andamento, e defendem a equivalência salarial com os juízes, a criação de mais 300 cargos e lista tríplice para a escolha do procurador-geral da República. "Não tivemos respostas concretas do presidente", disse Santos. "Ele disse que está preocupado com o avanço do narcotráfico e do crime organizado e considera fundamental a participação do Ministério Público."

No Brasil
Houve adesão da greve no Rio Grande do Sul, por parte dos juízes federais, e no Rio Grande do Norte -federais e estaduais. Porém, no período da tarde, a categoria nos dois Estados decidiu, em assembléias, suspender a paralisação e seguir a decisão tomada pela maioria no país. Mesmo assim, os magistrados continuaram mobilizados, aguardando nova decisão. A Justiça do Trabalho também parou suas atividades no Rio Grande do Sul e pretende, amanhã, realizar outra paralisação. (ABNOR GONDIM)


Colaborou a Agência Folha

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