São Paulo, domingo, 29 de fevereiro de 2004

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HISTÓRIAS REAIS

"Ficar sem jogar me deixa louco"

DA AGÊNCIA FOLHA

"A mentira é companheira do jogador compulsivo." Para o vendedor W.A.O.M., 33, há um mês sem jogar, familiares e amigos só notam que a pessoa está viciada quando vêem perdas materiais: "Comecei a jogar aos 16, com um simples dominó. Aí vieram as apostas e o gosto pelo jogo".
Hoje vendendo lotes, M. diz ter começado a jogar em caça-níqueis em 1994. Dono de uma transportadora e de um mercado de cereais à época, chegava a gastar R$ 2.000 por noite nas máquinas: "Ia toda noite. Numa delas, alcancei o "pote", que é o prêmio mais cobiçado". O pote é o valor pago pelas máquinas caca-níqueis quando elas estão cheias.
Naquela noite, ele recebeu cerca de R$ 16 mil por volta das 22h. Às 6h do dia seguinte, ainda no bingo, perdeu os últimos R$ 10 que tinha. "Ficar sem jogar me deixa louco, ansioso. Estou há um mês sem jogar e, confesso, está difícil demais. Aqui no Jogadores Anônimos ao menos fico menos ansioso." Para ele, o apoio da família tem sido essencial: "Não quero desapontá-los mais uma vez".



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