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Candidato de Aécio e Pimentel doou R$ 1,1 mi
Nome mais cotado para a aliança PT-PSDB em Minas, Márcio Lacerda fez doação nas eleições de 2002
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
Preferido do governador tucano Aécio Neves e do prefeito
petista Fernando Pimentel para ser candidato da pretendida
aliança eleitoral PSDB-PT em
Belo Horizonte, o secretário de
Desenvolvimento Econômico
do governo de Minas Gerais,
Márcio Lacerda (PSB), doou
para campanhas eleitorais o valor de R$ 1,15 milhão em 2002.
As doações foram feitas em
nome de Lacerda (R$ 750 mil) e
da Construtel Projetos e Construções (R$ 400 mil), empresa
do setor de telecomunicações,
atualmente inativa, do secretário do governo mineiro.
O maior beneficiário das doações em 2002 foi o então candidato do PPS a presidente, Ciro
Gomes, de quem Lacerda foi
um dos coordenadores financeiros da campanha. Ele doou à
campanha de Ciro R$ 950 mil
-82% do total doado. Em
2003, foi escolhido por Ciro seu
secretário-executivo no Ministério da Integração Nacional.
O segundo maior beneficiado, com R$ 100 mil, foi o presidente do PPS, Roberto Freire
(PE), candidato a deputado federal naquela ocasião.
Também receberam doações
os candidatos a deputado federal pelo PPS-MG Juarez Amorim e Ronaldo Gontijo, R$ 20
mil cada um, e Sérgio Miranda
(PC do B-MG), R$ 10 mil. O
candidato a deputado estadual
pelo PT-MT Gilney Amorim
Viana recebeu R$ 50 mil.
Lacerda é um ex-comunista
que se tornou empresário de
sucesso nos anos 80 e 90. A
Construtel chegou a faturar em
1998 US$ 255 milhões.
Com a privatização das empresas do setor de telefonia, os
negócios de Lacerda começaram a cair. Em 2004, o faturamento da Construtel foi de R$
2,4 milhões. Suas doações eleitorais naquele ano não passaram de R$ 15 mil, para dois candidatos a vereador pelo PPS.
Em 2005, Lacerda deixou o
ministério após seu nome aparecer como suposto beneficiário de R$ 457 mil do esquema
do mensalão. Ele foi inocentado pela Polícia Federal e pela
CPI dos Correios. Convidado a
voltar ao ministério, não aceitou. Em abril de 2007, aceitou o
convite de Aécio para ser secretário. Cinco meses depois, ele
foi filiado ao PSB pelo tucano,
que já pensava em um nome de
um partido neutro para uma
aliança PSDB-PT. O deputado
federal e presidenciável Ciro
Gomes (PSB-CE) é um dos que
trabalha pela aliança.
Lacerda disse, via assessoria,
que o assunto da doação "já foi
divulgado, inclusive com reportagem da Folha em janeiro de
2003", quando foi convidado a
assumir o cargo no ministério.
Disse que foi um ato "de acordo
com a lei, e devidamente declarado" à Justiça Eleitoral.
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