DA AGÊNCIA FOLHA

Deputados de oposição do Paraná protocolaram um pedido de informações ao governo de Roberto Requião (PMDB) sobre um pregão eletrônico que deu ao jornal "DCI", que tem como acionista Orestes Quércia, o direito de assumir a publicidade legal da administração estadual. A oposição suspeita que o jornal tenha sido favorecido durante o processo.
O leilão foi na semana passada e teve como único participante a empresa que edita o "DCI". O pregão foi adiado e depois antecipado, o que levantou suspeitas de direcionamento. O governo e o jornal negam irregularidades.
O "DCI" recebeu nos últimos quatro anos R$ 4,7 milhões do governo do Paraná, segundo o deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB), que afirma que Quércia (PMDB), ex-governador de São Paulo, é "amigo íntimo e importante aliado" de Requião.
O governo paranaense não confirma o dado e não soube informar ontem à reportagem qual foi o valor pago nos últimos anos ao jornal.
Antes do leilão, o órgão de comunicação de circulação nacional que assumiria a publicidade era escolhido através de orçamentos feitos com vários veículos de imprensa. A publicidade legal inclui a divulgação de atos de governo, como editais de licitação e balanço de estatais.
Segundo a Secretaria da Administração e da Previdência do Paraná, a mudança de datas no pregão eletrônico ocorreu porque foi constatada uma falha no edital por técnicos da área jurídica.
Para o governo, o procedimento foi bem-sucedido porque houve um desconto de 27% no preço máximo que o governo pretendia pagar.
O governo do Paraná vai desembolsar R$ 58 por centímetro de coluna ao jornal.
A direção da empresa que edita o "DCI" diz que todo o processo foi transparente e que qualquer interessado poderia participar do pregão. Quércia não foi localizado.


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