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REFORMA AGRÁRIA
Delegado afirma que houve violência dos dois lados; MST nega em nota responsabilidade pelo crime
Sem-terra mataram segurança, diz polícia
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Tamarana
O delegado regional de Londrina, Leonyl
Ribeiro, designou ontem o delegado do 4º
Distrito Policial,
Jurandir Gonçalves André, para apurar a morte
do segurança José Lopes Oliveira,
35, o ``Django'', em confronto anteontem com sem-terra na fazenda
Borborema, em Tamarana (norte
do Paraná).
Leonyl Ribeiro acompanhou ontem gravações da TV Londrina
(afiliada da Rede Bandeirantes)
em que o segurança morto aparece
ameaçando os sem-terra.
As gravações mostram também
o momento em que um grupo de
sem-terra invade a casa do administrador.
Segundo ele, houve ``violência
dos dois lados e ficou claro que o
homem (``Django'') morreu pelos
sem-terra. Dá para ouvir os disparos e depois ele morto''. Uma perícia técnica realizada pela polícia de
Londrina diz que ele foi executado.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais em Terra) do Paraná emitiu uma nota na tarde de
ontem negando responsabilidades
na morte de ``Django''. Segundo a
nota, os sem-terra invadiram a casa do administrador porque ``corriam risco de vida''.
Os sem-terra que ocupam a fazenda Borborema, invadida há dez
meses por 60 famílias, apontam as
provocações de ``Django'' contra
eles como a principal causa de sua
morte.
``Django'', líder de um grupo de
sete seguranças contratados por
Chafic Bhurian -proprietário da
fazenda- para desocupar a área,
foi morto com um tiro na testa na
manhã de domingo, na casa do administrador da Borborema, Jeremias Gonçalves.
Um grupo de 20 sem-terra é acusado por Gonçalves pela morte de
``Django''. Outro segurança, Edson Ricardo Sena, 22, foi ferido na
perna com um tiro e teria sido espancado pelos sem-terra. Um
sem-terra não identificado foi ferido na perna direita durante o conflito.
O vice-presidente da Sociedade
Rural do Paraná, Luiz Roberto Neme, disse que a entidade exigiu ontem da Secretaria de Segurança do
Paraná ``a imediata prisão dos culpados pela morte do rapaz''.
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