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IBGE faz 70 anos pressionado para ser mais independente do governo
Falta de autonomia do instituto de pesquisas gera risco, dizem especialistas
DA SUCURSAL DO RIO
O IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística)
completa hoje 70 anos com o
respeito da comunidade acadêmica, mas sob pressão por mais
independência em relação ao
governo federal.
Hoje, o presidente do instituto e seus diretores são nomeados pelo Ministério do Planejamento e podem ser demitidos a
qualquer momento. O instituto
é obrigado, por lei, a entregar o
resultados de suas pesquisas
conjunturais ao governo com
24 horas de antecedência.
Para especialistas, nada disso
afeta a credibilidade das pesquisas, mas a falta de autonomia gera riscos. Para os três últimos presidentes do órgão, o
ideal é estabelecer mandatos,
como nas agências reguladoras.
"Do ponto de vista formal, o
IBGE não é independente, mas
uma simples dependência do
Ministério do Planejamento.
Na prática, a tradição é que o
governo não interfere no dia-a-dia nas atividades do instituto,
mas existem riscos de que nem
sempre seja assim", diz Simon
Schwartzman, ex-presidente
do IBGE na gestão Itamar
Franco e em parte da FHC.
Sérgio Besserman, presidente do órgão na gestão FHC, concorda: "O grau de autonomia de
um instituto nacional de estatística é um bom indicador de
avanço de uma democracia". O
atual presidente do IBGE,
Eduardo Pereira Nunes, defende maior autonomia, mas diz
não ser a prioridade do órgão.
(ANTÔNIO GOIS e JANAINA LAGE)
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