São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 2006

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IBGE faz 70 anos pressionado para ser mais independente do governo

Falta de autonomia do instituto de pesquisas gera risco, dizem especialistas

DA SUCURSAL DO RIO

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) completa hoje 70 anos com o respeito da comunidade acadêmica, mas sob pressão por mais independência em relação ao governo federal.
Hoje, o presidente do instituto e seus diretores são nomeados pelo Ministério do Planejamento e podem ser demitidos a qualquer momento. O instituto é obrigado, por lei, a entregar o resultados de suas pesquisas conjunturais ao governo com 24 horas de antecedência.
Para especialistas, nada disso afeta a credibilidade das pesquisas, mas a falta de autonomia gera riscos. Para os três últimos presidentes do órgão, o ideal é estabelecer mandatos, como nas agências reguladoras.
"Do ponto de vista formal, o IBGE não é independente, mas uma simples dependência do Ministério do Planejamento. Na prática, a tradição é que o governo não interfere no dia-a-dia nas atividades do instituto, mas existem riscos de que nem sempre seja assim", diz Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE na gestão Itamar Franco e em parte da FHC.
Sérgio Besserman, presidente do órgão na gestão FHC, concorda: "O grau de autonomia de um instituto nacional de estatística é um bom indicador de avanço de uma democracia". O atual presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, defende maior autonomia, mas diz não ser a prioridade do órgão. (ANTÔNIO GOIS e JANAINA LAGE)

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