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Governo pagou internet de filho de Lula, diz deputado
Sub-relatório aponta gasto
de R$ 112,11 com boleto
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O sub-relator da CPI dos
Cartões Corporativos, deputado Índio da Costa (DEM-RJ),
acusou ontem a Presidência da
República de pagar conta de internet de um filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O
registro aparece entre as despesas da Casa Civil que foram
encaminhados à CPI e indica
pagamento ao provedor Universo Online Ltda. O boleto está em nome de Fábio Luís Lula
da Silva, o Lulinha.
O deputado incluiu o gasto de
R$ 112,11, no dia 2 de setembro
de 2003, no sub-relatório que
apresentou ontem à CPI e o
considerou como "emblemático" dos erros, desvios e irregularidades do governo no uso do
cartão corporativo.
Na prestação de contas da
Casa Civil, o "agente suprido"
Waldir Richter Medeiros não
menciona o gasto específico.
Diz apenas que foram feitos saques, no período de 20 de agosto de 2003 a 18 de setembro do
mesmo ano, "para a realização
de pequenas despesas".
O pagamento do título foi feito por Antonio F. D. Martins. A
Casa Civil não informou se ele é
funcionário do governo. Sobre
a despesa com o filho do presidente, a assessoria do ministério disse que não poderia fazer
comentários porque "os técnicos estavam ocupados".
No sub-relatório, o pagamento foi considerado irregular. Índio da Costa pede ao Ministério Público que apure a despesa. "Por que razão e com
que direito os impostos pagos
pelos contribuintes servem para custear despesas da família
do presidente?", escreveu ele.
O sub-relatório também citou pagamento com o cartão
corporativo num motel de Brasília. O gasto de R$ 100 foi feito
por José Sobrinho, servidor da
FUB (Fundação Nacional de
Saúde). A UnB (Universidade
de Brasília), que responde pela
FUB, disse que não iria se manifestar ontem porque foi procurada depois das 18h pela Folha. O jornal só tomou conhecimento da informação depois da
leitura do sub-relatório.
O deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP) também apresentou ontem o sub-relatório de
sistematização. Tanto ele
quanto Índio da Costa pouparam a ministra Dilma Rousseff
e outros servidores da Casa Civil de responsabilidade pela
confecção do dossiê que revelou gastos do governo Fernando Henrique. Para os dois deputados, quem cometeu crime
foi José Aparecido Nunes Pires,
ex-secretário de controle interno, que vazou o documento.
Dilma e os demais funcionários
nem sequer tiveram seus nomes citados no texto.
Os deputados da oposição
também não pediram o indiciamento de nenhum ministro ou
autoridade do governo por mau
uso de cartões corporativos. A
base aliada comemorou.
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