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análise
Ministro busca sustentação no presidente
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Vestindo um uniforme
usado em operações de
combate a crimes ambientais, o ministro Carlos
Minc entrou no gabinete
presidencial como um
"animal ferido", segundo
palavras que ele usou com
o presidente Lula para
descrever como se sentia
enfraquecido no comando
da área ambiental do governo um dia após completar um ano no cargo.
Ao estilo midiático com
que marca sua gestão,
Minc não chegou a pedir
demissão, mas quis deixar
Lula preocupado com a
possibilidade de ver repetido o gesto da ex-ministra
Marina Silva. Ela deixou o
governo por dificuldade de
resistir aos ataques dentro
e fora do governo, chamando atenção para o risco de retrocesso no combate ao desmatamento.
"Como posso cuidar da
sustentabilidade ambiental do país quando minha
própria sustentabilidade
está solapada", diz Minc,
buscando o apoio do presidente contra as ofensivas
de colegas ministros.
Desde o início do ano,
Minc vem se sentido cada
vez mais isolado por pressões para acelerar a liberação de licenças ambientais
para o asfaltamento da rodovia BR-319, que corta
parte da floresta amazônica, e para atenuar punições a crimes ambientais.
O isolamento do ministro acontece apesar de ele
ter agilizado o processo de
licenciamento de novas
hidrelétricas na Amazônia, como a usina de Belo
Monte, no Pará, uma das
maiores obras do PAC.
Com dificuldade de resistir a pressões que considera além do limite do
aceitável e tendo de contabilizar uma derrota importante na redução da taxa de compensação ambiental cobrada dos empreendimentos, o ministro também viu ralear o
apoio de ambientalistas.
A reação de Minc a esse
quadro começou na semana passada, quando convocou entidades ligadas a
pequenos agricultores, da
Contag ao pessoal do
MST. Oferecendo condições especiais para o cumprimento da legislação
ambiental aos pequenos
produtores, investiu contra a movimentação liderada pela Confederação
Nacional da Agricultura,
pela mudança de regras de
limite de desmatamento.
A mudança no código
florestal é apenas um dos
itens da complexa agenda
ambiental, que inclui ainda os compromissos para
atenuar os efeitos da mudança climática e o projeto
do biodiesel. Ontem, Lula
teria concordado em proibir novas usinas de cana-de-açúcar na Amazônia e
no entorno do Pantanal.
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