São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2005

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Ministério Público pede acareação à CPI

GILMAR PENTEADO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Depois de receber duas negativas por parte do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), procuradores da República no Distrito Federal apelaram ontem à CPI dos Correios para tentar esclarecer um dos pontos ainda obscuros sobre a gravação que revelou um suposto esquema de corrupção na estatal.
O Ministério Público Federal solicitou que a CPI faça uma acareação entre Jefferson e o consultor Arlindo Molina. O deputado acusou Molina de tentar extorqui-lo com a gravação em que o ex-chefe de departamento dos Correios Maurício Marinho fala sobre um suposto esquema de arrecadação nas estatais para o PTB.
Mas Jefferson se nega a fazer uma acareação com Molina. No primeiro pedido, o deputado não compareceu no dia marcado pelos procuradores. Na segunda solicitação, o deputado respondeu que, por ser ação criminal, ele só responde ao STF (Superior Tribunal Federal). Por ser deputado, Jefferson tem foro privilegiado e tem direito a negar os pedidos.
Ontem, os procuradores resolveram solicitar a acareação diretamente à CPI. Eles querem que Jefferson e Molina respondam a três questões para os parlamentares: encontros ocorridos entre os dois em 2005, o teor da conversa no gabinete do deputado na qual teria ocorrido a tentativa de extorsão e o grau de conhecimento recíproco. O pedido de acareação ainda será analisado pela CPI.
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB), acusado por Jefferson de ter ligações com arapongas, foi ouvido ontem pelos procuradores e negou participação em esquema de corrupção ou na suposta chantagem.
Hoje, a PF pretende ouvir o publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza. A polícia fez acordo para o publicitário depor o quanto antes e não confirmou horário e local -o depoimento vai ser em Brasília - pois Marcos Valério quer evitar assédio.


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