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"Sarney é aliado de primeira hora de Lula", afirma Argello
Senador diz que Congresso com presidência enfraquecida é ruim para o governo em 2010
Petebista, que assumiu vaga
há quase dois anos na Casa,
comanda os trabalhos pela
permanência de Sarney na
presidência do Senado
ANA FLOR
DAS REPORTAGEM LOCAL
Na sexta-feira passada, no
auge da crise no Senado, o presidente da Casa, José Sarney
(PMDB-AP), visitou um de
seus principais aliados: Gim
Argello (PTB-DF).
Neófito no Senado -completa dois anos no próximo mês-,
Argello se transformou em um
dos principais articuladores do
governo na Casa e comanda os
trabalhos para a permanência
de Sarney na presidência.
Em entrevista, o vice-líder do
governo afirma que "todos os
Poderes" enfrentam crises.
FOLHA - Como, em dois anos no Senado, o sr. se tornou uma peça tão
relevante para o governo?
GIM ARGELLO - Eu não sou importante, não. Por ser de Brasília e estar aqui, as pessoas conversam muito comigo. Sexta-feira, fim de semana, eu estou
aqui. Converso com todos eles,
senadores, funcionários. Eu
sou um operário do Senado.
Sou amigo do presidente Sarney. Então, mais uma vez, estou
participando. Meu trabalho é
de operário mesmo, com o diferencial de que eu sou daqui e
estou sempre à disposição. Deve ser isso.
FOLHA - O senhor trabalha pela
permanência de Sarney?
ARGELLO - Sou a favor da permanência dele. Crises, todos os
três Poderes já viveram e vão
viver mais vezes, todas as presidências. José Sarney é um homem experimentado, um homem preparado, de bem, de família e um grade brasileiro.
FOLHA - O sr. teve apoio político de
José Sarney quando entrou no Senado, em meio a denúncias.
ARGELLO - Tive apoio. E eu enfrentei dificuldades. O mundo
da política é isso, você vive
construindo. De vez em quando
você passa tormentas, não é
mérito só meu não.
FOLHA - É ruim para o governo que
Sarney deixe a presidência da Casa?
ARGELLO - Ele é um aliado de
primeira hora do presidente
Lula, uma pessoa que sempre
ajudou nesses seis anos. O presidente Sarney sempre foi um
aliado importantíssimo. O governo apoia o presidente Sarney. O presidente Lula já disse
isso, e, quando o presidente da
República sinaliza, o governo
todo acompanha.
FOLHA - O sr. diz que o auge da crise do Senado terminou.
ARGELLO - Terminou. Acredito
que passou depois dessa quinta-feira, quando se tentou fazer
um comparativo do neto do
presidente Sarney, que é uma
pessoa muito preparada, com
outro caso que, aí sim, me parece um caso criminoso, que foi
de um diretor do Senado. Essas
comparações foram infelizes,
mas isso só deu força para que
o presidente Sarney se energizasse e trabalhasse mais.
FOLHA - Concorda com Sarney
quando diz que ataques a ele também são contra o presidente Lula?
ARGELLO - O presidente Sarney
foi um dos primeiros apoiadores do presidente Lula. São
amigos e, mais do que amigos,
eles apoiam a mesma linha política. Quando o presidente Sarney fala isso, sou obrigado a
concordar, porque um Congresso com a presidência enfraquecida é ruim para todos.
FOLHA - Ruim para o governo em
2010?
ARGELLO - Também. Ruim para
2010. O que está acontecendo é
que estão começando as eleições. No Senado também.
FOLHA - O senhor quer concorrer
ao governo do Distrito Federal?
ARGELLO - Sim. Não sou daquela escola de disfarçar.
FOLHA - O seu será um palanque
para a ministra Dilma Rousseff?
ARGELLO - Com toda certeza.
Vou trabalhar muito pela campanha dela.
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