São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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"Sarney é aliado de primeira hora de Lula", afirma Argello

Senador diz que Congresso com presidência enfraquecida é ruim para o governo em 2010

Petebista, que assumiu vaga há quase dois anos na Casa, comanda os trabalhos pela permanência de Sarney na presidência do Senado

ANA FLOR
DAS REPORTAGEM LOCAL

Na sexta-feira passada, no auge da crise no Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), visitou um de seus principais aliados: Gim Argello (PTB-DF). Neófito no Senado -completa dois anos no próximo mês-, Argello se transformou em um dos principais articuladores do governo na Casa e comanda os trabalhos para a permanência de Sarney na presidência. Em entrevista, o vice-líder do governo afirma que "todos os Poderes" enfrentam crises.

 

FOLHA - Como, em dois anos no Senado, o sr. se tornou uma peça tão relevante para o governo?
GIM ARGELLO -
Eu não sou importante, não. Por ser de Brasília e estar aqui, as pessoas conversam muito comigo. Sexta-feira, fim de semana, eu estou aqui. Converso com todos eles, senadores, funcionários. Eu sou um operário do Senado. Sou amigo do presidente Sarney. Então, mais uma vez, estou participando. Meu trabalho é de operário mesmo, com o diferencial de que eu sou daqui e estou sempre à disposição. Deve ser isso.

FOLHA - O senhor trabalha pela permanência de Sarney?
ARGELLO -
Sou a favor da permanência dele. Crises, todos os três Poderes já viveram e vão viver mais vezes, todas as presidências. José Sarney é um homem experimentado, um homem preparado, de bem, de família e um grade brasileiro.

FOLHA - O sr. teve apoio político de José Sarney quando entrou no Senado, em meio a denúncias.
ARGELLO -
Tive apoio. E eu enfrentei dificuldades. O mundo da política é isso, você vive construindo. De vez em quando você passa tormentas, não é mérito só meu não.

FOLHA - É ruim para o governo que Sarney deixe a presidência da Casa?
ARGELLO -
Ele é um aliado de primeira hora do presidente Lula, uma pessoa que sempre ajudou nesses seis anos. O presidente Sarney sempre foi um aliado importantíssimo. O governo apoia o presidente Sarney. O presidente Lula já disse isso, e, quando o presidente da República sinaliza, o governo todo acompanha.

FOLHA - O sr. diz que o auge da crise do Senado terminou.
ARGELLO -
Terminou. Acredito que passou depois dessa quinta-feira, quando se tentou fazer um comparativo do neto do presidente Sarney, que é uma pessoa muito preparada, com outro caso que, aí sim, me parece um caso criminoso, que foi de um diretor do Senado. Essas comparações foram infelizes, mas isso só deu força para que o presidente Sarney se energizasse e trabalhasse mais.

FOLHA - Concorda com Sarney quando diz que ataques a ele também são contra o presidente Lula?
ARGELLO -
O presidente Sarney foi um dos primeiros apoiadores do presidente Lula. São amigos e, mais do que amigos, eles apoiam a mesma linha política. Quando o presidente Sarney fala isso, sou obrigado a concordar, porque um Congresso com a presidência enfraquecida é ruim para todos.

FOLHA - Ruim para o governo em 2010?
ARGELLO -
Também. Ruim para 2010. O que está acontecendo é que estão começando as eleições. No Senado também.

FOLHA - O senhor quer concorrer ao governo do Distrito Federal?
ARGELLO -
Sim. Não sou daquela escola de disfarçar.

FOLHA - O seu será um palanque para a ministra Dilma Rousseff?
ARGELLO -
Com toda certeza. Vou trabalhar muito pela campanha dela.


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