São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC exonera aliado de vice mineiro

da Agência Folha

e da Reportagem Local

O presidente Fernando Henrique Cardoso exonerou o diretor-regional do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) em Minas Gerais, Flávio Menicucci, indicado pelo vice-governador do Estado, Newton Cardoso.
A demissão de Menicucci foi uma decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso em razão das críticas feitas por Newton, em Brasília, na semana passada.
O vice-governador disse que foi uma "armação" a solenidade no Ministério do Trabalho, da qual participaram o governador Itamar Franco (PMDB) e os seus desafetos tucanos, entre eles o ministro Pimenta da Veiga (Comunicações).
Em resposta à demissão de Menicucci, ele ameaça contar "a história da reeleição" de FHC. "A expectativa é que coloquem alguém ligado ao PMDB. Se não colocarem, vou retaliar também. Vou chamar a imprensa e contar a história da reeleição que o Brasil não conhece. Não é aquela historinha boba que contaram, não. Sei de muitos deputados".
A demissão de Menicucci ocorreu na sexta-feira, dois dias após Cardoso ter feito as críticas. A demissão foi publicada ontem no "Diário Oficial". O substituto de Menicucci será José Élcio Santos Montese, que foi vice-diretor do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) em Minas no governo Eduardo Azeredo (PSDB).
O ministro Eliseu Padilha disse ontem, em São Paulo, que é ele, um ministro do PMDB, quem está indicando Montese. Com isso, ele tenta aliviar o clima de insatisfação no partido em Minas Gerais.
Padilha afirmou que a divulgação de sua conversa com empresários gaúchos durante a última campanha eleitoral teve como objetivo "colocar um biombo para esconder a saída da Ford do Rio Grande do Sul".
A Folha revelou anteontem que Padilha disse a esses empresários que se o candidato do PMDB, Antônio Britto, não vencesse a disputa, o Estado deixaria de ser prioridade para FHC. O ministro lamentou o vazamento da conversa. "É muito ruim quando a gente é convidado para ir à casa de alguém, fala imaginando que está falando com uma pessoa ou duas, e aí vê uma conversa privada ser levada clandestina e, a priori, criminosamente, ao conhecimento público."


Texto Anterior: Reforma não tira ministros da BA do cargo, afirma ACM
Próximo Texto: Não sairia hoje, diz Mendonça de Barros
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.