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"País aceita caminhar para a moeda comum"
AUGUSTO GAZIR
enviado especial ao Rio de Janeiro
O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou aos chefes de
governo da União Européia que o
Mercosul aceitou o "desafio" de
"caminhar" para a moeda comum,
e que a associação entre os dois
blocos é "indispensável" para a
América do Sul.
FHC fez o discurso de abertura
do encontro entre os chefes de governo do Mercosul e da União Européia, ontem pela manhã no
MAM (Museu de Arte Moderna),
no Rio de Janeiro.
"Pretendemos lançar hoje as bases de um vínculo comercial mais
forte, mediante a abertura de negociações para a progressiva liberalização das trocas entre o Mercosul e o Chile e a União Européia",
afirmou. "O início desse processo
negociador, tendo como objetivo
último o livre comércio, representará um salto qualitativo em nossas relações."
Durante a fala, o presidente fez
questão de mostrar um Mercosul
(Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) rumo a consolidação, apesar
de 1999 estar sendo um ano de marasmo para as negociações internas do bloco, devido às crises econômicas na região.
"Estamos empenhados em aprofundar a nossa integração, aceitando o desafio de intensificar a coordenação macroeconômica, a começar pelas questões que dizem
respeito à política fiscal, e de caminhar para a adoção de uma moeda
comum", disse.
"Ao mesmo tempo, desejamos
intensificar os vínculos do Mercosul com os demais países da América do Sul, rumo a um espaço de
prosperidade compartilhada",
completou. O presidente do Chile,
Eduardo Frei, também estava presente.
Segundo FHC, o Mercosul e a relação com a União Européia fazem
parte da estratégia de "projeção internacional" do Brasil e de seus sócios diretos. "O avanço na direção
de uma associação inter-regional é
indispensável para que possamos
manter o equilíbrio e a diversidade
de nossas relações externas, complementando outras iniciativas da
mesma natureza, em particular a
construção da parceria hemisférica", afirmou.
Para o presidente, os dois blocos
estão "prontos" para lançar as negociações de abertura recíproca de
mercados. Essa associação, de
acordo com ele, "orienta-se" pela
preocupação de unir estabilidade,
crescimento e geração de empregos.
"O desafio da globalização nos
impõe o esforço de desenvolver todas as vertentes e possibilidades de
cooperação e intercâmbio."
FHC disse que a integração "ultrapassa" a dimensão comercial e
tem importância no plano político.
"Na esfera política, já conviemos
no propósito de aprofundar o diálogo e a coordenação. Este é um
instrumento essencial para promover nossos valores compartilhados e tornar a sociedade internacional mais democrática e participativa", afirmou.
Depois do encontro, os presidentes e chefes de governo posaram
para uma foto oficial, tendo como
o fundo o morro do Pão de Açúcar.
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