São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
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"País aceita caminhar para a moeda comum"

AUGUSTO GAZIR
enviado especial ao Rio de Janeiro

O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou aos chefes de governo da União Européia que o Mercosul aceitou o "desafio" de "caminhar" para a moeda comum, e que a associação entre os dois blocos é "indispensável" para a América do Sul.
FHC fez o discurso de abertura do encontro entre os chefes de governo do Mercosul e da União Européia, ontem pela manhã no MAM (Museu de Arte Moderna), no Rio de Janeiro.
"Pretendemos lançar hoje as bases de um vínculo comercial mais forte, mediante a abertura de negociações para a progressiva liberalização das trocas entre o Mercosul e o Chile e a União Européia", afirmou. "O início desse processo negociador, tendo como objetivo último o livre comércio, representará um salto qualitativo em nossas relações."
Durante a fala, o presidente fez questão de mostrar um Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) rumo a consolidação, apesar de 1999 estar sendo um ano de marasmo para as negociações internas do bloco, devido às crises econômicas na região.
"Estamos empenhados em aprofundar a nossa integração, aceitando o desafio de intensificar a coordenação macroeconômica, a começar pelas questões que dizem respeito à política fiscal, e de caminhar para a adoção de uma moeda comum", disse.
"Ao mesmo tempo, desejamos intensificar os vínculos do Mercosul com os demais países da América do Sul, rumo a um espaço de prosperidade compartilhada", completou. O presidente do Chile, Eduardo Frei, também estava presente.
Segundo FHC, o Mercosul e a relação com a União Européia fazem parte da estratégia de "projeção internacional" do Brasil e de seus sócios diretos. "O avanço na direção de uma associação inter-regional é indispensável para que possamos manter o equilíbrio e a diversidade de nossas relações externas, complementando outras iniciativas da mesma natureza, em particular a construção da parceria hemisférica", afirmou.
Para o presidente, os dois blocos estão "prontos" para lançar as negociações de abertura recíproca de mercados. Essa associação, de acordo com ele, "orienta-se" pela preocupação de unir estabilidade, crescimento e geração de empregos.
"O desafio da globalização nos impõe o esforço de desenvolver todas as vertentes e possibilidades de cooperação e intercâmbio."
FHC disse que a integração "ultrapassa" a dimensão comercial e tem importância no plano político.
"Na esfera política, já conviemos no propósito de aprofundar o diálogo e a coordenação. Este é um instrumento essencial para promover nossos valores compartilhados e tornar a sociedade internacional mais democrática e participativa", afirmou.
Depois do encontro, os presidentes e chefes de governo posaram para uma foto oficial, tendo como o fundo o morro do Pão de Açúcar.

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