São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
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EMBARGO COMERCIAL
Presidente da Venezuela diz que manterá apoio a Cuba

DENISE CHRISPIM MARIN
enviada especial ao Rio


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez Frías, defendeu a integração da América Latina até 2005, com a inclusão de Cuba, e criticou a Lei Helms-Burton, com a qual os EUA ampliaram o bloqueio comercial ao país governado por Fidel Castro há 40 anos.
Chávez vai repetir essa posição durante a reunião de hoje entre os chefes de Estado da América Latina, do Caribe e da União Européia.
Deverá marcar sua discordância com a exclusão do termo de repúdio à lei norte-americana do documento final e com o atual processo de negociação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
"Não podemos apagar Cuba do mapa. Seu povo tem o direito de participar do processo de integração, independente do sistema político que haja em Cuba", disse.
O termo de repúdio à Lei Helms-Burton estava incluída no rascunho do documento final da Cúpula do Rio, mas acabou vetado na reunião dos chanceleres, anteontem.
"Dizemos com muita firmeza que não estamos de acordo com imposições, com leis extraterritoriais que tenham ingerência nos sistemas jurídicos soberanos de um Estado, seja qual for o seu tamanho e a sua localização geográfica", afirmou Chávez.
Segundo seu argumento, os assuntos internos de um país são intocáveis e devem ser tratados exclusivamente por seus povos.
Embora declare que seu país ainda está formulando uma política externa "consistente", o presidente venezuelano defende que a integração latino-americana preceda a formação da Alca.
Esse processo de negociação inclui os Estados Unidos e o Canadá, exclui Cuba e tem data marcada para terminar em 2005.


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