DA REPORTAGEM LOCAL

Sob o argumento de que não estão em campanha e sim divulgando ações de governo e administrando normalmente o país, os ministros intensificaram nas últimas semanas a atuação pró-reeleição.
O primeiro escalão tem se dedicado a uma frenética agenda de viagens. A Folha apurou que o maior envolvimento dos ministros é uma estratégia da coordenação de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar neutralizar ataques dos adversários, sobretudo de Geraldo Alckmin (PSDB), à gestão do petista.
Dirigentes do PT concluíram que faltavam respostas rápidas e firmes aos oposicionistas. Os ministros foram cobrados a se empenhar mais na campanha. "A oposição intensificou os ataques. Se atacam o governo, é evidente que temos o direito de nos defender, mostrar nossas realizações. Nosso trunfo é o governo", sintetizou um interlocutor do presidente Lula.
A tropa de Lula foi escalada para atuar principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Em São Paulo, os ministros Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Fernando Haddad (Educação) se ofereceram para dialogar com setores específicos: juristas e intelectuais. Para aparições no Rio de Janeiro foi escalado o ex-ministro Ciro Gomes, marido da atriz Patrícia Pillar, bastante popular no Estado.
Tarso Genro (Relações Institucionais) tem passado quase todos os finais de semana em seu Estado natal, Rio Grande do Sul. Outra gaúcha atuante é Dilma Roussef (Casa Civil).
Em Minas Gerais, para minimizar o apoio do ex-presidente Itamar Franco a Geraldo Alckmin, a equipe reúne em atos e viagens o vice-presidente José Alencar, Walfrido Mares Guia (Turismo), Hélio Costa (Comunicações) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).
Alencar, que presidiu a Confederação Nacional da Indústria (CNI), também será requisitado no Sul, onde tem bom trânsito com o setor empresarial. Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), que teve votação recorde em 2002, vai sair das fronteiras de Minas e viajar também pelo Nordeste. (MD)


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