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Já chega a 127 número de sanguessugas
Total é soma dos parlamentares e ex-parlamentares investigados pelo STF e dos acusados por empresário em depoimento
Entre os citados por Luiz Antonio Vedoin, dono
da Planam, estão quatro deputados contra os quais não há ainda investigação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de parlamentares
e ex-parlamentares envolvidos
no esquema de propina na
compra de ambulâncias por
prefeituras já chega a 127.
O empresário Luiz Antonio
Tevisan Vedoin apontou em
depoimentos ao Ministério Público Federal o nome de 121
congressistas e ex-congressistas. Nas 151 páginas de transcrição, o dono da Planam, empresa que encabeçava o esquema,
detalhou a forma como negociava as emendas feitas pela
quadrilha ao Orçamento da
União -a média é que cada um
dos parlamentares levava 10%,
como propina, do valor da
emenda que apresentava. Com
outros seis investigados pelo
Supremo Tribunal Federal,
mas não citados no depoimento de Vedoin, a soma atinge 127.
Desse total, 90 congressistas
(87 deputados federais e três
senadores) já foram notificados
pela CPI para apresentar defesa. Os demais estão em análise
-boa parte é formada por ex-congressistas, cuja investigação ficará a cargo do Judiciário.
Desde o estouro do escândalo dos sanguessugas, em maio, o
número de parlamentares supostamente envolvidos no esquema vem variando. De acordo com a investigação da Polícia Federal e o Ministério Público, o esquema consistia no
desvio de verbas da União para
que prefeituras adquirissem
ambulâncias e equipamentos
hospitalares superfaturados da
quadrilha. Vedoin, chefe confesso dos sanguessugas, entregou todo o esquema para se beneficiar da delação premiada.
Entre aqueles citados por Vedoin em circunstâncias que podem levantar suspeitas estão
quatro deputados que não são
investigados formalmente, até
agora, nem pela CPI nem pelo
Supremo Tribunal Federal.
Em determinado trecho do
depoimento, Luiz Sérgio (PT-RJ) e Alexandre Santos
(PMDB-RJ) são acusados de
direcionar uma emenda ao Orçamento da bancada do Estado
do Rio de janeiro para o esquema da Planam. A emenda, diz
Vedoin, era de R$ 10 milhões e
precisava ser repartida entre os
deputados. "(...) Ao final, a
emenda da bancada foi toda direcionada de acordo com as indicações dos deputados Luiz
Sérgio e Alexandre Santos", diz
trecho do depoimento.
Contatado, o deputado Luiz
Sérgio nega conhecer Vedoin
ou ter atuado em seu benefício
perante a bancada. O deputado
conta que foi destituído da
coordenação da bancada na
reunião de novembro de 2005
que justamente discutia, de forma acirrada, a distribuição de
recursos de emendas entre os
municípios. "[Nelson] Bornier
coletou assinaturas para me tirar do posto, de surpresa, e Alexandre Santos assumiu", disse.
"Só posso entender que, como
nunca fui beneficiado nem me
envolvi com nada, que não servia para o posto."
O empresário também envolve um assessor do deputado
Nelson Bornier (PMDB-RJ) no
esquema. Ele diz que esse assessor, chamado Lula Marques,
teria apresentado a Vedoin a
empresa Politec, que participava de licitações fraudadas. Bornier não foi localizado ontem.
O outro deputado citado, e
ainda não investigado, é Philemon Rodrigues (PTB-PB). Vedoin fala sobre emendas do deputado para o Estado da Paraíba. " Com relação às emendas
do deputado Philemon Rodrigues, apesar de as licitações terem sido direcionadas, nem o
deputado nem o prefeito receberam qualquer comissão.
Apesar de não terem recebido
comissão, tinham conhecimento que as licitações eram direcionadas". A Folha também
não conseguiu falar com o deputado ontem.
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