São Paulo, sábado, 29 de julho de 2006

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Para deputado, empresário quer "salvo-conduto"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Além de negarem envolvimento na máfia dos sanguessugas, grande parte dos parlamentares citados por suposta participação na fraude acusa o empresário Luiz Antonio Vedoin de "esquentar" as denúncias em troca do benefício da delação premiada. A Folha entrou em contato com 42 deputados e senadores acusados por Vedoin.
"Ele armou uma fraude para ganhar um salvo-conduto", diz o deputado João Caldas (PL-AL), quarto secretário da Casa. A delação premiada permite a redução da pena de criminosos que colaboram com a Justiça.
Em depoimento ao Ministério Público Federal, Vedoin acusa Caldas de ter reunido prefeitos em seu gabinete, em Maceió, com integrantes da Planam. Eles teriam discutido formas de fraudar licitações. "Eu faço um desafio, podem ligar para todos os prefeitos. Se um disser que eu fiz reunião, eu renuncio ao meu mandato."
Ex-líder do PP, o deputado Pedro Henry (PP-MT), a quem Vedoin afirma ter dado um carro, além de pagamentos em dinheiro, diz que tem sido feito "pirotecnia" sobre o caso. "É uma grande pirotecnia que estão fazendo em cima de coisas que estão tendo uma proporção maior do que deveriam". Ele diz que nunca apresentou emendas para a compra de ambulâncias e que não há Blazer em seu nome.
O deputado Marcondes Gadelha nega qualquer envolvimento e atribui as acusações à má-fé de Vedoin, que, segundo ele, buscou detalhes de informações sobre emendas em gabinetes de parlamentares para fazer acusações. "Eu não conheço Vedoin e nunca faria um acordo dessa natureza." Segundo Gadelha, o assessor citado pelo empresário não trabalha para ele.
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) afirma que está sofrendo ataques porque é candidata às eleições. "Essas acusações são uma vingança política porque nunca estive envolvida nesse esquema." Vedoin afirma ter pago R$ 35 mil ao genro da senadora para quitar dívida de campanha -ela nega.

"Parceiro"
Já o deputado Lino Rossi (PP-MT), que Vedoin aponta como seu "parceiro" desde 2000, preferiu não se manifestar até elaborar sua defesa com advogados. Porém confirmou que tem amizade com Darci Vedoin. "Ele, Darci, é meu amigo, me ajudou muito nas campanhas de 1998 e 2000", disse.
A assessoria do senador Magno Malta (PL-ES), acusado de receber um Fiat Ducato, afirmou que ele utilizou e devolveu o veículo, que foi emprestado por Lino Rossi.
Ney Suassuna (PB), líder do PMDB no Senado, também nega envolvimento com a quadrilha. Diz que seu nome foi envolvido no escândalo devido à prisão de seu ex-assessor Marcelo Carvalho.
O deputado César Bandeira (PFL-MA) negou envolvimento e afastou o assessor citado, Ranier Souza.
Os deputados João Magalhães (PMDB-MG) e Wellington Fagundes (PL-MT) negam irregularidades.


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