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Para deputado, empresário quer "salvo-conduto"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além de negarem envolvimento na máfia dos sanguessugas, grande parte dos parlamentares citados por suposta participação na fraude
acusa o empresário Luiz Antonio Vedoin de "esquentar"
as denúncias em troca do benefício da delação premiada.
A Folha entrou em contato
com 42 deputados e senadores acusados por Vedoin.
"Ele armou uma fraude
para ganhar um salvo-conduto", diz o deputado João
Caldas (PL-AL), quarto secretário da Casa. A delação
premiada permite a redução
da pena de criminosos que
colaboram com a Justiça.
Em depoimento ao Ministério Público Federal, Vedoin acusa Caldas de ter reunido prefeitos em seu gabinete, em Maceió, com integrantes da Planam. Eles teriam discutido formas de
fraudar licitações. "Eu faço
um desafio, podem ligar para
todos os prefeitos. Se um disser que eu fiz reunião, eu renuncio ao meu mandato."
Ex-líder do PP, o deputado
Pedro Henry (PP-MT), a
quem Vedoin afirma ter dado um carro, além de pagamentos em dinheiro, diz que
tem sido feito "pirotecnia"
sobre o caso. "É uma grande
pirotecnia que estão fazendo
em cima de coisas que estão
tendo uma proporção maior
do que deveriam". Ele diz
que nunca apresentou
emendas para a compra de
ambulâncias e que não há
Blazer em seu nome.
O deputado Marcondes
Gadelha nega qualquer envolvimento e atribui as acusações à má-fé de Vedoin,
que, segundo ele, buscou detalhes de informações sobre
emendas em gabinetes de
parlamentares para fazer
acusações. "Eu não conheço
Vedoin e nunca faria um
acordo dessa natureza." Segundo Gadelha, o assessor
citado pelo empresário não
trabalha para ele.
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) afirma que
está sofrendo ataques porque é candidata às eleições.
"Essas acusações são uma
vingança política porque
nunca estive envolvida nesse
esquema." Vedoin afirma ter
pago R$ 35 mil ao genro da
senadora para quitar dívida
de campanha -ela nega.
"Parceiro"
Já o deputado Lino Rossi
(PP-MT), que Vedoin aponta
como seu "parceiro" desde
2000, preferiu não se manifestar até elaborar sua defesa
com advogados. Porém confirmou que tem amizade
com Darci Vedoin. "Ele, Darci, é meu amigo, me ajudou
muito nas campanhas de
1998 e 2000", disse.
A assessoria do senador
Magno Malta (PL-ES), acusado de receber um Fiat Ducato, afirmou que ele utilizou
e devolveu o veículo, que foi
emprestado por Lino Rossi.
Ney Suassuna (PB), líder
do PMDB no Senado, também nega envolvimento com
a quadrilha. Diz que seu nome foi envolvido no escândalo devido à prisão de seu ex-assessor Marcelo Carvalho.
O deputado César Bandeira (PFL-MA) negou envolvimento e afastou o assessor
citado, Ranier Souza.
Os deputados João Magalhães (PMDB-MG) e Wellington Fagundes (PL-MT)
negam irregularidades.
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