São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002

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Serra descarta confidência e chama reportagem de "fofoca argentina"

DOS ENVIADOS A PRESIDENTE PRUDENTE E MARÍLIA

O presidenciável do PSDB, José Serra, classificou ontem de "fofoquinha" a reportagem publicada pelo "Clarín", segundo a qual Fernando Henrique Cardoso confidenciou ao presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencerá a eleição no primeiro ou no segundo turno e que o candidato tucano não teria carisma.
"Eu não vou me deter em fofocas nacionais, muito menos em fofocas argentinas. Eu não vou, à esta altura do campeonato, tocar um tango argentino", disse Serra, em alusão a poema de Manoel Bandeira. Serra soube da reportagem em Presidente Prudente (SP), o primeiro de seus compromissos de campanha marcados para o "supersábado" de ontem. O tucano amanheceu no município, após passar a madrugada em Palmas (TO).
A reportagem movimentou desde cedo o comitê tucano em Brasília. "Já não bastava as fofocas e baixarias produzidas dentro do Brasil, agora dar crédito para um jornal argentino, que inclusive sempre teve muita hostilidade com o governo brasileiro. Não tem cabimento nenhum", disse o candidato. "Veja até que ponto chegou a Argentina!"
Serra descartou a hipótese de que FHC tenha feito a confidência a Duhalde: "É óbvio ululante que o presidente Fernando henrique Cardoso não falou aquilo. Só se eu for fazer agora uma boca de urna no Planalto pra ter voto.
"É bobagem. Não tem nenhum cabimento dar crédito para uma fofoquinha que saiu num jornal estrangeiro que sempre foi hostil e a agressivo em relação ao governo brasileiro e a mim mesmo", acrescentou. Serra disse que não precisou falar com FHC para saber que a reportagem não tinha procedência. "Não precisa, é óbvio que não teve. Conversar já pressupõe imaginar que isso poderia existir."
Mais tarde, em Marília, Serra comentou o resultado da pesquisa Datafolha de hoje, em que o tucano continua na segunda posição, com 19% das intenções de voto -o mesmo índice do tucano no levantamento anterior. "Essa pesquisa praticamente e tecnicamente é a mesma coisa [em relação à anterior]. A pesquisa mostra que tudo ficou como estava."
O candidato disse crer em seu crescimento na última semana, para diminuar a diferença em relação ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, que tem 45%. "Teremos a grande decisão nesta semana agora, a grande caminhada na direção do segundo turno." (RAYMUNDO COSTA E JOÃO CARLOS SILVA)



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