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TRABALHO
Estatal concede 6,4% de reajuste, aceito pela FUP, mas que será submetido a assembléia; Replan encerra greve
Petroleiros aceitam oferta da Petrobras
DA SUCURSAL DO RIO
DA FOLHA CAMPINAS
A FUP (Federação Única dos
Petroleiros) anunciou ontem a
noite que aceitou a proposta de
reajuste salarial feita pela Petrobras, colocando fim à greve que
durava cinco dias em todo o país.
Segundo o diretor de imprensa
da FUP, Mozart Queiroz, caberá
agora às assembléias nas refinarias ratificarem o acordo, o que
pode acontecer hoje.
Mesmo se o acordo não tivesse
sido feito, a entidade já havia falado que a paralisação se encerraria
ontem, à meia-noite.
De acordo com o diretor da entidade, Mozart Queiroz, a empresa manteve, ontem, as propostas
de 6,4% de reajuste salarial (os
grevistas queriam inicialmente
8,3%) e dois salários de abono a título de participação nos lucros
-o que era considerado insuficiente para a categoria, que exigia
que os abonos fossem estendidos
aos aposentados.
Segundo a FUP, foi descarta a
possibilidade de uma nova paralisação -a orientação é encerrar a
greve.
As assembléias por refinarias
vão decidir hoje o nível de adesão
dos funcionários. Ontem a tarde,
mesmo antes do anúncio do acordo da FUP, os 110 funcionários da
Replan (Refinaria de Paulínia),
que ocuparam a unidade em adesão à greve nacional dos petroleiros, já haviam decidido pelo fim
da manifestação, após mais de 120
horas em vigília no local.
Foi a primeira grande refinaria a
decidir encerrar a greve por reajuste salarial, que ontem havia
completado cinco dias.
Em Paulínia,os trabalhadores
aceitaram a contraproposta feita
pela Petrobras para colocar a Replan, que produz 54 milhões de litros de combustível por dia, em
funcionamento.
A greve de ocupação na refinaria começou às 7h30 da última
terça-feira, quando um grupo de
120 funcionários ligados ao Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros)
se recusou a deixar o setor de refino da Replan.
Em cinco dias dentro da unidade, a produção da maior refinaria
do país foi garantida por um grupo de 60 grevistas, que se revezava
com os outros 60 -esses últimos
negociavam o fim da greve e a
manutenção dos funcionários
dentro da Replan.
Na negociação, a diretoria da
Replan queria a saída dos grevistas. Pela proposta, a produção seria assumida por um pessoal de
contingência da Petrobras. Não
foi aceita. Ainda assim, a greve
não afetou a produção.
O acordo fechado com a Replan
é o mesmo proposto nacionalmente. Os trabalhadores terão
um aumento de 6,4% nos salários,
mais incorporação de vantagens
no pagamento dos profissionais
ativos e um abono de dois salários
a todos os trabalhadores.
Se a greve fosse prolongada, poderia haver risco de desabastecimento de petróleo e gás no país.
Ontem houve adesão de todas
as 38 plataformas da bacia de
Campos. A produção nacional de
petróleo ficou 62% menor que o
nível normal. Os petroleiros se
comprometeram a manter apenas as atividades mínimas, que
em caso de serem cortadas, oferecem riscos operacionais e de segurança.
Segundo a Petrobras, foram
produzidos 521 mil barris de petróleo. O volume normalmente
produzido é de 1,39 milhão de
barris. Na Bacia de Campos, que
responde por 80% da produção
nacional de petróleo, foram extraídos 232 mil barris quando o
normal são 1,1 milhão de barris.
Hoje, representantes da FUP e a
Petrobras deveriam participar de
uma audiência no TST (Tribunal
Superior do Trabalho). Na sexta-feira, a empresa entrou com uma
ação no Tribunal para que declarasse a greve abusiva em virtude
da produção de petróleo ter caído
em 65% e a de gás em 81%. O TST,
por sua vez, exigiu que a FUP garantisse que 50% dos petroleiros
voltassem ao trabalho sob pena
de uma multa diária de R$ 50 mil.
De acordo com Queiroz, a Petrobras prometeu retirar a ação, já
que a categoria aceitou o acordo
proposto pela empresa.
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