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SÃO PAULO
Para abrigar aliados, governador vai reestruturar secretarias e deve alterar ainda Administração Penitenciária e Nossa Caixa
Alckmin planeja mudar Saúde e Fazenda
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
No próximo mandato, o governador reeleito Geraldo Alckmin
(PSDB) pretende reestruturar algumas das secretarias de Estado,
entre elas, a Saúde, a Fazenda e a
Administração Penitenciária.
As alterações devem diminuir o
núcleo covista do governo e levar
em consideração a composição
com os partidos que apoiaram o
tucano nas eleições.
Há ainda hoje no secretariado
sete nomes da gestão do governador Mário Covas, morto em março de 2001: Fernando Dall'Acqua
(Fazenda), Nagashi Furukawa
(Administração Penitenciária),
Marcos Mendonça (Cultura),
Francisco Prado (Habitação), José da Silva Guedes (Saúde), Mauro Arce (Recursos Hídricos e
Energia) e João Carlos Meirelles
(Agricultura), que se afastou do
cargo para coordenar a campanha de Alckmin à reeleição.
Segundo a Folha apurou, a Saúde é uma das áreas que o governador mais está insatisfeito. Principalmente depois da campanha,
em que os adversários exploraram deficiências no setor. Os tucanos avaliam que o secretário
Guedes está politicamente desgastado para continuar no cargo.
Na área econômica do Estado,
devem haver alterações na pasta
da Fazenda e na Nossa Caixa, com
prováveis mudanças nos titulares.
Além disso, o governador pretende dar mais importância ao setor de indústria e comércio exterior, reformulando a Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e Turismo.
Com a reestruturação do secretariado, Alckmin pretende colocar também nomes mais jovens
nos postos. Quando fez a primeira
reforma do secretariado, em janeiro, colocou, dois jovens secretários: Gabriel Chalita (Educação)
e Alexandre de Moraes (Justiça),
ambos com 33 anos.
Loteamento
Os aliados de Alckmin nas eleições devem clamar por uma
maior participação no governo. O
tucano admitiu ontem que deve
mexer na sua equipe no próximo
mandato, mas afirmou que não
permitirá que se faça um "loteamento" de cargos.
O PFL, que indicou o vice-governador -Cláudio Lembo- na
chapa de Alckmin, é o único partido praticamente garantido no
novo governo do tucano.
Apesar de Alckmin dizer que
nada está acertado, os líderes do
PSDB dizem que o convite ao PFL
ocorrerá "naturalmente", dentro
da mudança "homeopática" que
o governo sofrerá.
Afirmam que há quadros bons
no partido e defendem que Alckmin faça uma grande "composição" no seu governo.
O leque de partidos que se formou em torno da candidatura
Alckmin no segundo turno também já começa, nos bastidores, a
cobrar a fatura. Os aliados sabem
que o apoio foi decisivo para isolar José Genoino (PT) e brecar a
"onda Lula" em São Paulo.
Cientes de seu papel, acham que
podem contribuir com o novo governo do tucano. No PPS, o deputado estadual reeleito Arnaldo
Jardim e o deputado federal
Emerson Kapaz, que já fez parte
do governo de Mário Covas, são
cotados para atuar com Alckmin.
Além do PPS, fecharam com o
PSDB em São Paulo o PSB, o PV e
o PTB , contrariando os apoios fechados no âmbito nacional.
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