São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 2002

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SÃO PAULO

Para abrigar aliados, governador vai reestruturar secretarias e deve alterar ainda Administração Penitenciária e Nossa Caixa

Alckmin planeja mudar Saúde e Fazenda

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

No próximo mandato, o governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB) pretende reestruturar algumas das secretarias de Estado, entre elas, a Saúde, a Fazenda e a Administração Penitenciária.
As alterações devem diminuir o núcleo covista do governo e levar em consideração a composição com os partidos que apoiaram o tucano nas eleições.
Há ainda hoje no secretariado sete nomes da gestão do governador Mário Covas, morto em março de 2001: Fernando Dall'Acqua (Fazenda), Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária), Marcos Mendonça (Cultura), Francisco Prado (Habitação), José da Silva Guedes (Saúde), Mauro Arce (Recursos Hídricos e Energia) e João Carlos Meirelles (Agricultura), que se afastou do cargo para coordenar a campanha de Alckmin à reeleição.
Segundo a Folha apurou, a Saúde é uma das áreas que o governador mais está insatisfeito. Principalmente depois da campanha, em que os adversários exploraram deficiências no setor. Os tucanos avaliam que o secretário Guedes está politicamente desgastado para continuar no cargo.
Na área econômica do Estado, devem haver alterações na pasta da Fazenda e na Nossa Caixa, com prováveis mudanças nos titulares.
Além disso, o governador pretende dar mais importância ao setor de indústria e comércio exterior, reformulando a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e Turismo.
Com a reestruturação do secretariado, Alckmin pretende colocar também nomes mais jovens nos postos. Quando fez a primeira reforma do secretariado, em janeiro, colocou, dois jovens secretários: Gabriel Chalita (Educação) e Alexandre de Moraes (Justiça), ambos com 33 anos.

Loteamento
Os aliados de Alckmin nas eleições devem clamar por uma maior participação no governo. O tucano admitiu ontem que deve mexer na sua equipe no próximo mandato, mas afirmou que não permitirá que se faça um "loteamento" de cargos.
O PFL, que indicou o vice-governador -Cláudio Lembo- na chapa de Alckmin, é o único partido praticamente garantido no novo governo do tucano.
Apesar de Alckmin dizer que nada está acertado, os líderes do PSDB dizem que o convite ao PFL ocorrerá "naturalmente", dentro da mudança "homeopática" que o governo sofrerá.
Afirmam que há quadros bons no partido e defendem que Alckmin faça uma grande "composição" no seu governo.
O leque de partidos que se formou em torno da candidatura Alckmin no segundo turno também já começa, nos bastidores, a cobrar a fatura. Os aliados sabem que o apoio foi decisivo para isolar José Genoino (PT) e brecar a "onda Lula" em São Paulo.
Cientes de seu papel, acham que podem contribuir com o novo governo do tucano. No PPS, o deputado estadual reeleito Arnaldo Jardim e o deputado federal Emerson Kapaz, que já fez parte do governo de Mário Covas, são cotados para atuar com Alckmin.
Além do PPS, fecharam com o PSDB em São Paulo o PSB, o PV e o PTB , contrariando os apoios fechados no âmbito nacional.


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