DO ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS

O governo do Rio faz propaganda do candidato Geraldo Pudim (PMDB) até no cardápio do restaurante popular de Campos. A sobremesa do almoço de ontem foi um doce batizado de "pudim diplomata". A palavra pudim estava escrita com letras mais destacadas do que as demais do menu. Mais até do que as do prato principal, empadão de camarão.
Iniciativa estadual na gestão Anthony Garotinho (1999-2002), o restaurante popular vende refeições a R$ 1. São oito no Estado. Todos serviram ontem pratos com camarão. Para adversários dos Garotinho, servir camarão às vésperas da eleição é uma tentativa de agradar os eleitores pobres que freqüentam o restaurante.
A expectativa da administração da unidade de Campos era a de servir ontem cerca de 1.500 refeições, 500 a mais do que costuma ocorrer quando não há camarão.
A administradora Luciana Parente negou que a escolha de pudim como sobremesa tenha sido uma forma velada de propagandear o candidato apoiado por Garotinho e sua mulher, a governadora Rosinha Matheus (PMDB).
"Não foi por causa da eleição. O pudim diplomata [pudim coberto com calda de morango] é uma sobremesa típica do nosso restaurante." Sobre o destaque dado à palavra pudim, disse: "Você sabe que eu nem tinha reparado?".
A inclusão do camarão agradou. Márcio Silva, 40, encheu seu prato e o do filho James, 1, de empadão, mas não deixou a criança comer. "Camarão é uma comida muito forte, não é para criança. Botei camarão no prato dele, mas quem vai comer sou eu", disse.
Eliane Oliveira, 16, não sabia que havia camarão no empadão. Por isso, preferiu as iscas de frango, o prato opcional. Ela comeu o pudim. "Lembrei do Geraldo Pudim." Alcir Peixoto, 63, disse que não se lembrava da última vez que comera camarão. "Fazia muito tempo que eu não comia camarão porque é muito caro." (ST)

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