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Bolsa Família está no limite, diz especialista
DA ENVIADA A CAXAMBU (MG)
O Bolsa Família chegou
ao teto e não deve aumentar o número de atendidos
no ano que vem, mas além
de planejar recompor as
perdas inflacionárias do
benefício -o reajuste ficará entre 8% e 17%-, o governo Lula estuda aumentar a chamada "renda de
saída", renda per capita
mínima para que as famílias deixem o programa.
Quem diz é Rosani Cunha, secretária nacional de
Renda de Cidadania -área
do governo que gerencia o
Bolsa Família. Ela discutiu
os resultados e limites do
programa com especialistas na Anpocs (Associação
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais).
Cunha diz que as decisões serão tomadas "pelo
próximo governo", mas informa que está pronto o
estudo para o reajuste -a
Bolsa Família está congelada desde a criação.
Com base na simulação
feita pela secretaria com a
Pnad 2005, ela acredita
que não será preciso ampliar o universo de 11 milhões de famílias atendidas. "Cerca de 50 mil deixam o programa por mês e
são substituídas."
Ela defende aumentar
"a renda de saída". As famílias beneficiadas são as
que têm até R$ 120 de renda per capita. Se ultrapassam essa renda, saem do
programa. "Subir a renda
de saída estimularia as
pessoas a buscar emprego
com mais conforto", diz.
Segundo a secretária, os
principais desafios do programa são: priorizar as
ações complementares
(desde alfabetização até
concessão de microcrédito) e finalizar o desenho do
Bolsa Família, definindo
critérios de saída e acompanhamento das famílias
mais vulneráveis.
"A relação com os municípios avançou, é preciso o
mesmo com os Estados,
que ficariam prioritariamente com as ações do desenvolvimento local."
Uma das ações a ser ampliada é a implementação
da tarifa social de energia.
"O principal gasto das famílias que recebem o benefício é com alimentação.
O segundo, é energia."
Segundo a secretária, é
preciso tirar "da carroça"
do Bolsa Família problemas que não são do programa, como a qualidade
de educação ou a precariedade do mercado de trabalho. "Cobra-se do programa se algo vai mal em outras áreas."
(FLÁVIA MARREIRO)
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