DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No "Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas do PT", que começa hoje em Brasília, a cúpula petista cobrará dos mandatários eleitos apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva -o que passa pela defesa das políticas econômica e de alianças- e empenho para reelegê-lo em 2006.
"Como Lula ajudou a eleger esses prefeitos agora, eles ajudarão a eleger Lula em 2006", disse Paulo Ferreira, secretário nacional de Assuntos Institucionais do PT.
O encontro faz parte da agenda pós-eleições do partido, mas na versão deste ano traz dois aspectos inéditos: o PT na Presidência e a distribuição mais homogênea da sigla em todo o país. Antes das últimas eleições, as administrações petistas estavam mais concentrada nos grandes centros, onde o PT foi derrotado.
Das 198 prefeituras que comanda hoje, o PT saltará para 411 administrações, mas perderá em contrapartida o controle de cidades como São Paulo e Porto Alegre. "É um encontro para afinar o discurso e estabelecer as linhas gerais do diálogo com o governo", disse José Genoino, presidente do PT, que na solenidade de abertura do evento, hoje à noite, irá cobrar a defesa do governo federal.
"Eles [prefeitos] têm que fazer a defesa do governo Lula, dos avanços da política econômica, dos programas sociais -com os ajustes de administração que estão sendo feitos- e das alianças -necessárias para cumprir a agenda legislativa", concluiu.
Genoino disse que o presidente Lula participará do encontro, mas o Planalto não confirmou.
No programa oficial do encontro, que além dos eleitos e vices do PT irá reunir os atuais administradores municipais do partido, o foco são os temas das áreas sociais, apresentados no decorrer da terça-feira em painéis pelos ministros da área amanhã -Olívio Dutra (Cidades), Humberto Costa (Saúde), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Tarso Genro (Educação).
Os que assumem em 2005 têm uma pauta própria para a reunião: pedirão ao governo apoio para implementar seus programas e uma participação "mais justa" no bolo tributário .
A senadora Ideli Salvatti (SC), líder do PT no Senado, não acredita que descontentamentos com a política econômica dominem as discussões do encontro.
Segundo ela, os prefeitos do PT tiveram um índice de reeleição alto, em torno de 44%, e têm tido suas demandas atendidas, o que não justificaria insatisfações. "O presidente Lula sinalizou, em diversos projetos que o governo enviou ao Congresso, como o de reforma tributária, que prioriza questões municipais", diz.
As dívidas municipais, tema que assombra os prefeitos atolados em compromissos que serão repassados aos sucessores, não constam da pauta do encontro.


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