São Paulo, sábado, 29 de novembro de 2008

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Outro lado

Envolvidos negam violação e dizem que repasse de informações não foi ilegal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A empresa Correio Braziliense S.A., a Polícia Federal e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) negam qualquer ilegalidade ou violação de sigilo no processo que apurou a autoria de mensagens publicadas em fórum de debates do site CorreioWeb.
Dados de usuários do site foram obtidos pela Polícia Federal e repassados à agência sem autorização judicial.
A PF afirmou que, no início de 2007, a Abin solicitou investigação sobre possíveis crimes de funcionários da agência, os quais, conforme suspeita, estariam publicando informações sigilosas no CorreioWeb.
Com base nessa alegação, a PF diz ter pedido à Correio Braziliense S.A. informações do cadastro que uma pessoa preenche para acessar o CorreioWeb. Nesse cadastro, estão dados como o CPF, o nome completo, o Estado onde a pessoa mora e o e-mail do usuário.
Apesar da suspeita alegada de que funcionários estariam circulando informações sigilosas, a PF informou que não houve "qualquer indício de crime, uma vez que as mensagens somente traziam algumas críticas à administração da Abin, o que poderia configurar, em tese, no máximo infrações disciplinares".
Ainda segundo a PF, as regras do CorreioWeb dizem que não será resguardado o sigilo dos dados dos usuários quando "eles se tornarem alvos de investigação". As informações, porém, serão fornecidas "apenas diante de ordem judicial e/ ou autoridade policial".
Com base nisso, o superintendente jurídico do Correio Braziliense, Vitório Augusto de Fernandes Melo, disse que não houve quebra de sigilo, pois as informações poderiam ser fornecidas a autoridades policiais -no caso, para a PF- sem ordem judicial.
"A Abin chegou a pedir os dados informalmente, mas eu neguei", disse o diretor, argumentando que só entregaria as informações à PF.
A partir dos dados repassados, a agência abriu, em julho deste ano, processo administrativo disciplinar contra os funcionários investigados.
Na avaliação da Abin, o processo foi apenas mais um trabalho de cooperação de rotina entre a PF e a agência.


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