São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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Palocci defende perdão da dívida dos pobres

DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) defendeu ontem que as economias desenvolvidas perdoem as dívidas dos países mais pobres, a exemplo do que o Brasil fez no ano passado com Moçambique, Angola e Bolívia.
"Espero que os países ricos dêem contribuições maiores. Os países muito pobres não têm condições de pagar", disse Palocci.
O economista americano Jeffrey Sachs sugeriu, no Fórum Econômico Mundial, que os países ricos perdoem as dívidas dos países mais pobres com as instituições multilaterais de crédito, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.
Ao ser questionado se o Brasil também poderia ter suas dívidas perdoadas, Palocci disse que a hipótese não teria cabimento, porque o Brasil está muito longe de estar entre os países mais pobres.
"O Brasil não é um país muito pobre. Se os países em desenvolvimento fortes não pagassem suas dívidas, o sistema [financeiro internacional] teria problemas", disse. O ministro foi irônico ao ser indagado se a escolha feita pela Argentina, de calote na dívida, não seria boa para o Brasil.
"Eu ouço meu companheiro Roberto Lavagna, que diz não desejar a nenhum país passar o que eles passaram. Ou ao presidente Kirchner, que falou que, com muito esforço, está subindo os primeiros degraus para sair do inferno. Se alguém desejar o que o Kirchner chama de inferno, fique à vontade para procurá-lo. Não é o meu caso", disse. (LS)


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