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Palocci defende perdão da dívida dos pobres
DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) defendeu ontem
que as economias desenvolvidas
perdoem as dívidas dos países
mais pobres, a exemplo do que o
Brasil fez no ano passado com
Moçambique, Angola e Bolívia.
"Espero que os países ricos
dêem contribuições maiores. Os
países muito pobres não têm condições de pagar", disse Palocci.
O economista americano Jeffrey
Sachs sugeriu, no Fórum Econômico Mundial, que os países ricos
perdoem as dívidas dos países
mais pobres com as instituições
multilaterais de crédito, como o
FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.
Ao ser questionado se o Brasil
também poderia ter suas dívidas
perdoadas, Palocci disse que a hipótese não teria cabimento, porque o Brasil está muito longe de
estar entre os países mais pobres.
"O Brasil não é um país muito
pobre. Se os países em desenvolvimento fortes não pagassem suas
dívidas, o sistema [financeiro internacional] teria problemas",
disse. O ministro foi irônico ao ser
indagado se a escolha feita pela
Argentina, de calote na dívida,
não seria boa para o Brasil.
"Eu ouço meu companheiro
Roberto Lavagna, que diz não desejar a nenhum país passar o que
eles passaram. Ou ao presidente
Kirchner, que falou que, com
muito esforço, está subindo os
primeiros degraus para sair do inferno. Se alguém desejar o que o
Kirchner chama de inferno, fique
à vontade para procurá-lo. Não é
o meu caso", disse.
(LS)
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