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Serra fará amanhã anúncio oficial de renúncia e da candidatura ao governo
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposto a ficar no cargo até o
prazo final e incentivado a conferir maior formalidade à renúncia,
o prefeito de São Paulo, José Serra,
só anunciará amanhã a decisão de
concorrer ao governo do Estado.
Serra -que se preparava para enviar ontem mesmo uma mensagem à Câmara- mudou de idéia
após ser estimulado a redigir um
discurso de despedida.
O prefeito também consultou o
presidente da Câmara, Roberto
Tripoli, que ofereceu uma interpretação da Lei Orgânica diferente da versão da assessoria jurídica
do PSDB. Para Tripoli, basta apresentar a mensagem ao Legislativo
para que a renúncia seja oficializada. "Protocolou a carta, acabou.
Não é mais prefeito", resume ele,
que ontem esteve na prefeitura.
Serra nem poderia fazer nomeações programadas para hoje. Segundo essa interpretação, a mensagem nem precisa ser lida para
ter validade. E sua publicação no
"Diário Oficial" pode ser posterior ao prazo legal (1º de abri).
Mas Serra deverá protocolar o
documento amanhã de manhã, a
tempo de ser publicada sábado.
Segundo tucanos, Serra preferiria uma saída discreta. Convencido a dar caráter formal à saída,
aproveitará a presença de políticos que prestigiarão a posse do vice-governador Cláudio Lembo.
Embora adie o anúncio, Serra
avança na costura de alianças.
Ontem, o prefeito de São Bernardo, William Dib admitiu como alta -"pelo menos de 70%"- a
probabilidade de o PSB se unir ao
PSDB no Estado. "Com o PT, essa
chance é menor que zero."
Dib não quis confirmar se a negociação foi objeto do jantar que
teve com Serra na semana passada. Mas apontou como "uma solução natural" a composição, especialmente se a disputa ficar polarizada. "Temos o PT como adversários em São Paulo."
Cotado para a vice de Serra, Dib
jura que isso não foi alvo da conversa. Mas, dizendo-se "lisonjeado" por ter sido cogitado, alegou
que não poderia deixar a prefeitura agora na expectativa do sucesso
de uma negociação que só se encerra em junho.
Enquanto Serra posterga, o candidato do PSDB à Presidência,
Geraldo Alckmin, já dá como certa a candidatura a ponto de não se
constranger com deslizes. "Tenho
conversado com o prefeito, que
está animado. Não vou fazer
anúncio. Vamos deixar que o prefeito transmita a posição." Questionado por ter falado em anúncio, Alckmin nem se abalou. "Não
precisa ter festa. Mas há um fato.
Deixe que ele diga."
Presente à cerimônia para desativação de unidade da Febem, o
vereador José Aníbal avisou que
manterá sua candidatura. Alckmin, porém, prometeu se "empenhar pelo entendimento". "Hoje
tem um sentimento partidário e
popular de entusiasmo pela candidatura do prefeito", disse.
Alckmin envia hoje sua mensagem à Assembléia. Na segunda-feira, viajará a Brasília para a primeira reunião de campanha.
Para a coordenação, o escolhido
deverá ser o senador Sérgio Guerra (PE). Segundo tucanos, seu nome foi sugerido pelo presidente
do PSDB, Tasso Jereissati. Guerra
teria aceitado, mas disse a interlocutores que sua escolha não foi
oficializada.
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