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Tucano é aplaudido por empresários
DA REPORTAGEM LOCAL
Duas horas antes do encontro
da Força Sindical, o presidenciável tucano, José Serra, foi aplaudido por empresários ao defender a
política econômica do governo de
Fernando Henrique Cardoso aliada a um aumento das taxas de
crescimento econômico do país.
Em discurso para cerca de 800
empresários da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e
Marketing do Brasil), cujo tema
era "Que Brasil Queremos, Que
Brasil Teremos", Serra foi interrompido mais de cinco vezes por
aplausos da platéia. Durante a exposição, o tucano defendeu os
principais instrumentos de política econômica do atual governo: o
ajuste fiscal, o câmbio flutuante e
as metas de inflação.
"São três aspectos básicos e de
identificação com o governo e
com a política econômica. Isso é
manter basicamente a casa arrumada e o Brasil no rumo."
Ultimamente Serra vinha fazendo um discurso mais crítico ao
governo de FHC, principalmente
na área econômica. O objetivo era
também criar uma identidade
própria. O presidenciável já divergiu publicamente do ministro da
Fazenda, Pedro Malan. Na semana passada, Malan pediu mais
"afinidades eletivas" do candidato do governo, sem citar Serra.
O discurso de ontem foi uma
consequência dos conselhos do
marqueteiro Nizan Guanaes, que
acredita que o presidenciável do
PSDB deve aliar mais sua imagem
à do governo.
Como pontos de mudança, Serra citou um crescimento maior da
economia e a queda da taxa de juros. "Nos anos 90 tivemos políticas sociais decentes. Mas não tivemos crescimento dinâmico da
produção e do emprego. A prioridade era outra. Era a estabilidade.
Agora temos que ter o ciclo virtuoso de políticas sociais e mais
emprego. Crescimento agora é
crucial", afirmou.
Ao defender a reforma tributária, criticou a proposta do presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula
da Silva, de criar alíquotas progressivas de 5% a 50% do Imposto
de Renda de Pessoa Física.
"Imaginar que se resolve problema tributário com o Imposto
de Renda de Pessoa Física é equívoco técnico. Não se arrecada
mais e fomenta sonegação."
Para os empresários, o tucano
defendeu uma legislação do trabalho mais flexível. Mais tarde, no
encontro com sindicalistas, Serra
não tocou no assunto. "Tem de
haver uma mudança na legislação
que permita a flexibilização. Toda
vez que [o governo] ameaça fazer,
parece que está acabando com a
classe operária", disse.
O tucano encerrou o discurso
pedindo aos ouvintes que "meditassem" sobre a experiência de cada pré-candidato e que fizessem a
escolha certa para "manter o país
no rumo". Disse aos empresários
que a crise na Argentina e na Venezuela foram "resultado de processos eleitorais com promessas
infinitas e críticas impiedosas."
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