São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

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Substituição é "fofoca", diz Biondi

RENATA LO PRETE
DA REPORTAGEM LOCAL

O publicitário Nelson Biondi classifica como "ficção" a notícia de que estaria sendo substituído por Nizan Guanaes no comando da campanha de José Serra à Presidência da República.
A possibilidade da troca, de tempos em tempos ventilada na imprensa, voltou a ganhar força depois que o pré-candidato do PSDB e Nizan foram vistos conversando de maneira amistosa em uma festa realizada em Brasília na quarta-feira passada.
Somado a sinais de bastidores, o encontro foi interpretado como marco da reaproximação entre Nizan e Serra, desafetos desde que o primeiro respondeu pela fracassada campanha do segundo à Prefeitura de São Paulo, em 1996.
"Não passa de fofoca", diz Biondi um tom acima de sua polidez habitual. "O envolvimento de Nizan, se vier a se concretizar, dar-se-á em termos de colaboração."
Às 4h de ontem, Biondi terminou de gravar a participação de Serra em 26 programas estaduais tucanos que irão ao ar na próxima segunda-feira, 6 de maio.

Criação terceirizada
Para o marqueteiro, a chegada de Nizan permitiria "terceirizar parte da criação", hoje concentrada em Biondi e no especialista em jingles Paulo César Bernardes.
"Não sou louco. É lógico que as idéias do Nizan serão bem-vindas", afirma Biondi, que imagina poder repassar ao colega baiano ao menos parte dos 29 comerciais do PSDB agendados para exibição no final de maio.
No entanto, poucos acreditam que Nizan, marqueteiro do Planalto e autor dos comerciais que impulsionaram a pré-candidatura de Roseana Sarney (PFL), aceitaria embarcar na campanha de Serra em posição que não fosse de comando, ou mesmo dividi-lo com o atual responsável.
"Isso não dá", sustenta Biondi, "porque o problema do candidato com Nizan permanece". Em seu entender, o relacionamento dos dois pode até ter melhorado, mas "na hora em que Nizan tiver de fazer o que eu fiz ontem [gravar com Serra madrugada adentro", eles vão explodir um com o outro, como em 1996".
Naquele ano, Biondi dividiu com Duda Mendonça, hoje marqueteiro do PT, a campanha de Paulo Maluf (PPB), que venceu a eleição paulistana.
Tanto quanto a possibilidade de sua substituição iminente, Biondi nega a informação de que tenha discutido com Serra, ou sido repreendido pelo tucano a propósito do conteúdo dos programas que serão apresentados na semana que vem. "Isso simplesmente não aconteceu", diz.
O que Biondi não nega são os entendimentos de trabalho que vem mantendo com Nizan, desde sempre o nome favorito de FHC para cuidar da candidatura governista. "Estive com ele ontem [domingo"", explica. "Devemos nos reunir de novo hoje [ontem"."
Os encontros, segundo Biondi, visam definir a estrutura da campanha. "Todos sabem que meu temperamento é conciliador", afirma, "mas estou no mesmo lugar em que estava antes da divulgação dessas notícias".


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