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Substituição é "fofoca", diz Biondi
RENATA LO PRETE
DA REPORTAGEM LOCAL
O publicitário Nelson Biondi
classifica como "ficção" a notícia
de que estaria sendo substituído
por Nizan Guanaes no comando
da campanha de José Serra à Presidência da República.
A possibilidade da troca, de
tempos em tempos ventilada na
imprensa, voltou a ganhar força
depois que o pré-candidato do
PSDB e Nizan foram vistos conversando de maneira amistosa
em uma festa realizada em Brasília na quarta-feira passada.
Somado a sinais de bastidores, o
encontro foi interpretado como
marco da reaproximação entre
Nizan e Serra, desafetos desde que
o primeiro respondeu pela fracassada campanha do segundo à Prefeitura de São Paulo, em 1996.
"Não passa de fofoca", diz Biondi um tom acima de sua polidez
habitual. "O envolvimento de Nizan, se vier a se concretizar, dar-se-á em termos de colaboração."
Às 4h de ontem, Biondi terminou de gravar a participação de
Serra em 26 programas estaduais
tucanos que irão ao ar na próxima
segunda-feira, 6 de maio.
Criação terceirizada
Para o marqueteiro, a chegada
de Nizan permitiria "terceirizar
parte da criação", hoje concentrada em Biondi e no especialista em
jingles Paulo César Bernardes.
"Não sou louco. É lógico que as
idéias do Nizan serão bem-vindas", afirma Biondi, que imagina
poder repassar ao colega baiano
ao menos parte dos 29 comerciais
do PSDB agendados para exibição no final de maio.
No entanto, poucos acreditam
que Nizan, marqueteiro do Planalto e autor dos comerciais que
impulsionaram a pré-candidatura de Roseana Sarney (PFL), aceitaria embarcar na campanha de
Serra em posição que não fosse de
comando, ou mesmo dividi-lo
com o atual responsável.
"Isso não dá", sustenta Biondi,
"porque o problema do candidato com Nizan permanece". Em
seu entender, o relacionamento
dos dois pode até ter melhorado,
mas "na hora em que Nizan tiver
de fazer o que eu fiz ontem [gravar com Serra madrugada adentro", eles vão explodir um com o
outro, como em 1996".
Naquele ano, Biondi dividiu
com Duda Mendonça, hoje marqueteiro do PT, a campanha de
Paulo Maluf (PPB), que venceu a
eleição paulistana.
Tanto quanto a possibilidade de
sua substituição iminente, Biondi
nega a informação de que tenha
discutido com Serra, ou sido repreendido pelo tucano a propósito do conteúdo dos programas
que serão apresentados na semana que vem. "Isso simplesmente
não aconteceu", diz.
O que Biondi não nega são os
entendimentos de trabalho que
vem mantendo com Nizan, desde
sempre o nome favorito de FHC
para cuidar da candidatura governista. "Estive com ele ontem [domingo"", explica. "Devemos nos
reunir de novo hoje [ontem"."
Os encontros, segundo Biondi,
visam definir a estrutura da campanha. "Todos sabem que meu
temperamento é conciliador",
afirma, "mas estou no mesmo lugar em que estava antes da divulgação dessas notícias".
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